Brava: Peixeiras da ilha “clamam” por melhores condições no mercado de peixe local

Um grupo de peixeiras da ilha Brava está a reclamar por melhores condições no mercado de peixe local, de forma a “dignificar” a profissão e “proporcionar melhores resultados nas vendas”.

Aug 23, 2018 - 04:57
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Brava: Peixeiras da ilha “clamam” por melhores condições no mercado de peixe local

Um grupo de peixeiras da ilha Brava está a reclamar por melhores condições no mercado de peixe local, de forma a “dignificar” a profissão e “proporcionar melhores resultados nas vendas”.

O mercado de peixe, situado no centro de Nova Sintra, “carece” de algumas intervenções “urgentes”, conforme avançou Djiny, uma das peixeiras que falou à Inforpress em nome do grupo.

É neste mercado, que cerca de trinta vendedeiras de peixe oriundas das localidades de Furna, Lomba e Fajã D´Água, colocam as suas mercadorias, à procura do “sustento das suas famílias”.

Elas não pagam nenhuma comissão à câmara municipal, mas disseram à Inforpress que não se “importavam em contribuir” com alguma quantia, para que as condições de saneamento e instalação sejam melhoradas.

Djiny, uma peixeira da zona de Furna, disse que enfrentam várias dificuldades devido “às más condições” do espaço.

“Não temos uma casa de banho, não temos um serviço de esgoto, não temos uma arca para guardar o peixe caso não conseguirmos vender tudo. A cobertura é insuficiente para preservar o peixe do sol ou da chuva”, conta a peixeira.

A água e os restos de peixes são “lançados” na rua, ou então levados para casa. “Se lançarmos na rua, temos problemas com os fiscais e a Polícia. Se levarmos para casa, corre-se o risco de cheirar mal devido à distância que percorremos ou mesmo esbordar para dentro do carro, uma vez que a estrada não é grande coisa”, completa Filó, uma outra peixeira.

Segundo as peixeiras, elas até “tentam” manter o espaço limpo. Mas as condições oferecidas não permitem fazer mais…

“Também, há alguns clientes que muitas vezes não nos ajudam. Lançam o lixo ou cascas de frutas no chão que, à mistura depois com o cheiro do peixe, acaba por atrair as moscas que tomam conta do local, dificultando mesmo a venda”, salienta Djiny.

A mesma adianta que por “muitas vezes”, alguns clientes já foram comprar peixe e devido às “condições precárias” a que estão expostas, com a presença de muitas moscas, peixe exposto ao sol, “eles acabam por desistir”, causando assim algum “prejuízo”.

Face ao relato das peixeiras, a Inforpress contactou a Câmara Municipal da Brava para dizer da sua justiça sobre esses factos.

O presidente, Francisco Tavares, diz ter conhecimento do caso e que a autarquia está “aguardando” resposta do Fundo de Ambiente, em vista a implementar um projecto que já está financiado, para a construção de um novo mercado de peixe em 2019.

Conforme explicou o autarca, “não compensa fazer intervenções a curto prazo, para depois construir outro de raiz”.

“O Fundo de Ambiente está financiando a construção de algumas pocilgas, e a câmara sugeriu que fosse diminuído o número a ser construído aqui na ilha, e deste modo apurava-se cerca de 5.000 (cinco mil) contos que seriam destinados à construção de um mercado de peixe com todas as qualidades necessárias”, afiançou o edil Francisco Tavares.

Conforme explicou ainda o autarca, além de contar com uma resposta positiva do Fundo de Ambiente, estão tentando localizar e negociar um terreno “próximo” do mercado municipal, de forma a “facilitar” tanto às vendedeiras como os clientes.

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