Bravenses ameaçam “bater mão à mesa” caso o Governo não resolva a questão dos transportes marítimos

Os bravenses não escondem as suas inquietações e ameaçam “bater mão à mesa”, caso o governo não resolva a questão dos transportes marítimos, agora agravada com a nova alteração da escala do Navio Kriola da Cabo Verde Fast Ferry.

Mar 9, 2019 - 11:15
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Bravenses ameaçam “bater mão à mesa” caso o Governo não resolva a questão dos transportes marítimos

Os bravenses não escondem as suas inquietações e ameaçam “bater mão à mesa”, caso o governo não resolva a questão dos transportes marítimos, agora agravada com a nova alteração da escala do Navio Kriola da Cabo Verde Fast Ferry.

A alteração da escala não está prejudicando somente os operadores económicos, os serviços da saúde, a população, mas os condutores também já começaram a “sentir na pele” as consequências da mudança.

Em declarações à Inforpress, António Pina, um investidor em diversos ramos na ilha, classificou esta decisão como sendo o “maior disparate” que está a presenciar enquanto bravense, nestes últimos dez anos”.

O investidor é de opinião que a Cabo Verde Fast Ferry foi um projecto “muito bem concebido” e que o país inteiro acarinhou, salientando que, dentro dos moldes que estava a operar, “servia a ilha perfeitamente”.

“Agora com a nova administração que veio retirar o barco da Brava por meras questões económicas, demonstrando que a situação da ilha não está sendo levado em conta em nada. Estão sendo colocadas questões monetárias à frente de vidas humanas e condições sociais, o que mostra que não temos valor nenhum nesta terra”, considerou, revoltado.

António Pina acrescentou que é “revoltante” o que se está a passar e a se viver na ilha neste momento, uma vez a ligação marítima garantida pelo navio Kriola “não é suficiente”, piorando quando o mar está revolto, não sendo possível fazer o trajecto entre as ilhas.

Antes estes condicionantes, este operador económico recomenda o Governo a “repensar realmente esta ligação com a ilha, principalmente quando a questão é evacuação” dos necessitados.

Para este bravense e outros, “ou a situação da ilha é analisada com seriedade”, ou então, prometem, “ bater a mão à mesa com toda a força”, para que o “Governo comece a ver, de forma diferente, para a Brava”, retorquindo que da “forma que está não pode continuar”.

A classe dos condutores também já começou a manifestar a sua preocupação com o estado das coisas. Emanuel Alves, conhecido por Jardel, um dos condutores de hiace, que faz o transporte de passageiros individuais ou de grupos de turistas Vila – Furna e vice-versa, lembrou à Inforpress que a ilha não tem “grandes movimentos” e que este trajecto era um ponto certo que lhes garantia algum rendimento.

Mas, com a mudança da escala, o fluxo não tem sido o mesmo, “devido a instabilidade do tempo e o medo que os passageiros possuem de ficarem retidos na ilha”.

Segundo Jardel, a classe tem procurado saber junto das pensões e casas de restauração, para onde tinham o costume levar clientes, mas os responsáveis confirmaram o mau momento que a ilha vive, indicando que tem havido várias desistências dos turistas devido às alterações do trajecto do barco.

Não obstante aos negócios, estes estão preocupados também com a situação do “isolamento” a que a ilha está sendo confinada aos poucos, principalmente a nível da saúde.

O condutor Gelson Silveira adiantou que “todos os dias, os bravenses têm de levantar as mãos para cima, pedindo que nada de grave aconteça, principalmente nos dias em que o barco não dorme no cais da Furna”.

“Dia que acontecer algo de grave e coincidir com os dias em que o barco dorme na Praia, só um milagre pode nos salvar, porque aqui não temos nenhum outro meio de transporte para nos socorrer em casos de emergência”, finalizou Gelson Silveira.

MC/JMV

Inforpress/fim

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