Ilha Brava: Operadores económicos “desapontados” com “exigências” da ARFA

António de Pina, em representação dos comerciantes da Brava, procurou à Inforpress para manifestar o “descontentamento” deste grupo, perante às “exigências” das técnicas ARFA na ilha, que “ não ocorrem em nenhuma outra parte do país”.

Oct 25, 2018 - 09:00
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Ilha Brava: Operadores económicos “desapontados” com “exigências” da ARFA

António de Pina, em representação dos comerciantes da Brava, procurou à Inforpress para manifestar o “descontentamento” deste grupo, perante às “exigências” das técnicas ARFA na ilha, que “ não ocorrem em nenhuma outra parte do país”.

Segundo o comerciante, também conhecido por Tó Demol, tais exigências não são feitas em nenhuma outra ilha, principalmente Fogo e Santiago, onde disse ter constatado “situações piores”.

“Chegaram ao ponto de queimar  42 sacos de 50 quilogramas de arroz numa ilha pobre como a Brava, porque consideram que nem porco pode comer arroz com gorgulho, sabendo que a própria Agência de Regulação e Supervisão dos Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA) comercializa este tipo de arroz para o consumo animal na Praia”, estranhou Tó.

De acordo com o Tó, queimaram sacos de açúcar porque foram transportados em camiões, caixas de galinha por estarem em arca, que segundo as técnicas não podem estar em contacto com o gelo, entre outros produtos deitados fora.

“No meu caso pessoal coloco dentro de bolsas, mas na Praia são colocadas em arcaas sem nenhuma protecção e ao abordá-las sobre esta questão, disseram-me para preocupar com Brava porque na Praia há outras coisas para fazer”, denunciou.

Segundo este comerciante a câmara municipal já está a par da situação, mas a classe não poderia ficar calada perante tal facto.

“Porque, se por acaso a ARFA está tão preocupada com a segurança alimentar, com a higiene, porque não vão à Sucupira, na Praia, ou nas lojas dos chineses, ou no armazém da CIC no Fogo, onde encontram-se vários pássaros aí e não tomem medida. Na Brava tomam medidas drásticas logo a primeira”, questionou Tó.

“Não somos contra que sejam tomadas algumas medidas, mas sim o que a classe defende é que como foi a primeira vez deveria ser de uma forma mais pedagógica, orientar-nos sobre as melhores práticas, e depois virem com as atitudes coercivas”, sugeriu a fonte.

A Inforpress sabe que em meados de Setembro, as técnicas estiveram na ilha, numa acção em que consideraram de sensibilização e, nesta altura, ante as exigências, o administrador da Delegacia de Saúde da Brava, disse, em declarações à Inforpress, que “são muitas regras e os operadores da ilha não têm como cumprir todas”.

A mesma fonte chamou atenção, também, para a questão dos produtos alimentares oriundos dos Estados Unidos da América, misturado com os produtos de limpeza, entre outros, que necessitam de melhor controlo.

Tendo em conta as condições, o mesmo questionou se a Brava “vai ficar sem alimentação”.

Perante às acusações, a Inforpress contactou a ARFA e, segundo,  segundo o director da área de segurança alimentar, João Gonçalves, os procedimentos de inspecção são “uniformes a nível nacional” e sempre que é feita uma inspecção esta é realizada com uma equipa local, composta por agentes da câmara municipal, da Delegacia de Saúde e técnicos da ARFA”.

Sendo assim, este responsável adiantou que as medidas foram tomadas porque foram encontradas anomalias nos produtos e estes teriam de ser eliminados para evitar problemas à saúde pública.

E se não autorizaram à venda nem para os animais, é porque realmente não se encontravam em condições para consumo.

Em relação a questão levantada pelo administrador da delegacia, Gonçalves disse ser um problema nacional, mas há que ter cuidado no transporte, para que o produto não entre em deterioração.

MC/AA

Inforpress/Fim

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