Presidente cabo-verdiano quer respeito pelas minorias políticas no país

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defendeu hoje -5 de Julho - respeito pelas minorias políticas, considerando que a democracia cabo-verdiana "continua a desenvolver-se" e a exigir "melhorias significativas".

Jul 6, 2017 - 15:03
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Presidente cabo-verdiano quer respeito pelas minorias políticas no país

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defendeu hoje -5 de Julho - respeito pelas minorias políticas, considerando que a democracia cabo-verdiana "continua a desenvolver-se" e a exigir "melhorias significativas".

"O modo como as minorias, particularmente as políticas, são tratadas e respeitadas é um importante indicador do grau de maturidade das democracias e de tolerância das sociedades", disse Jorge Carlos Fonseca.

O chefe de Estado cabo-verdiano, que falava hoje na cidade da Praia, durante a sessão comemorativa dos 42 anos da independência de Cabo Verde, salientou que em paralelo, com o respeito pela maioria, é preciso "respeitar e proteger" as minorias.
"A legitimidade da democracia também é inseparável do tratamento conferido às minorias. O respeito dos direitos das minorias é uma exigência política e um imperativo ético", sublinhou.

As declarações de Jorge Carlos Fonseca surgem depois de o maior partido da oposição (PAICV) se ter reunido com o Presidente da República e com os representantes diplomáticos acreditados em Cabo Verde para manifestar a sua preocupação por considerar que, no parlamento, lhe está a ser negado, pela maioria do Movimento para a Democracia (MpD) o direto de fazer oposição.

No seu discurso para assinalar o 42.º aniversário da independência de Cabo Verde, a 05 de julho de 1975, Jorge Carlos Fonseca, que contou com o apoio do MpD, elogiou o esforço do Executivo cabo-verdiano para melhorar a situação económica, promover o emprego e dialogar com os parceiros sociais, mas pediu uma maior definição de prioridades e melhor comunicação com a população.

"Não podemos ignorar que os níveis de ansiedade decorrentes das grandes dificuldades por que passam parcelas importantes da população relacionadas com o desemprego e suas consequências, com baixos níveis de rendimento ou com a não satisfação de reivindicações consideradas legítimas, podem contribuir para alguma instabilidade", disse.

"Igualmente há que ter em linha de conta que o sentimento de insegurança que afeta parte da população dos principais centros urbanos, aliado a investidas do crime organizado que teima em fazer do nosso país uma plataforma de tráficos ilícitos, constitui perigo grave para a nossa estabilidade social", acrescentou.

Jorge Carlos Fonseca assinalou que as expectativas das populações em relação à resolução dos seus problemas são muito elevadas e que a sua não solução imediata "gera ansiedade e descrença" na ação política.

"Considero, por isso, necessário intensificar o diálogo com as pessoas, particularmente, com as camadas que mais sofrem com os grandes constrangimentos existentes e com algum atraso na dinamização da economia", acrescentou.
O chefe de Estado considerou que a previsão de crescimento de 4% do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2017 indicia a retoma da economia, mas considerou que é insuficiente para as necessidades do país e defendeu o desbloqueio do financiamento à economia "o mais rapidamente possível".

"O Banco de Cabo Verde deu, recentemente, alguns sinais positivos nesse sentido. Um dos grandes problemas reside no sistema bancário, que continua avesso ao risco", disse.

"A ausência de alternativas institucionais e de diversificação no sistema financeiro nacional desencoraja a iniciativa privada, que representa, globalmente, mais de 80% do emprego em Cabo Verde", sublinhou.

Jorge Carlos Fonseca defendeu ainda a necessidade de "enfrentar, com alguma celeridade", a problemática da regionalização "num ambiente de tranquilidade, de democraticidade, sem medos ou fantasmas, e de forma alargada".

Num dia marcado pela manifestação de um grupo de cidadãos na ilha de São Vicente contra o centralismo da capital, Jorge Carlos Fonseca terminou o seu discurso com apelos à unidade.

"A diversidade, o pluralismo, as diferenças, devem enriquecer-nos, e, não, limitar-nos ou enfraquecer-nos", disse. Fonte: Lusa

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