“Só seremos livres quando desracializarmos as relações entre povos” – José Maria Neves

O ex-primeiro ministro José Maria Neves reagiu aos incidentes entre moradores e a polícia no bairro da Jamaica (Portugal), onde vivem cidadãos de origem cabo-verdiana, afirmando que “só seremos livres quando desracializarmos as relações entre povos”.

Jan 24, 2019 - 03:17
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“Só seremos livres quando desracializarmos as relações entre povos” – José Maria Neves

O ex-primeiro ministro José Maria Neves reagiu aos incidentes entre moradores e a polícia no bairro da Jamaica (Portugal), onde vivem cidadãos de origem cabo-verdiana, afirmando que “só seremos livres quando desracializarmos as relações entre povos”.

Na publicação intitulada “Jamaica, um país de todas as cores”, José Maria Neves começa por manifestar sua “amizade e solidariedade com todos os que, onde quer que seja, sofrem de racismo”.

Prosseguindo, o ex-governante escreveu que o “colonialismo alimentou-se do racismo e da violência” para “espoliar povos” em África, Américas e Ásia.

“Temos que continuar a luta pela liberdade! A luta contra a subjugação – o que é o racismo, se não uma forma de dominação? -, e pelas liberdades civis e políticas. A luta pela democracia, por mais igualdade e mais fraternidade”, ajuntou.

“Só seremos livres quando desracializarmos as relações entre povos”, acrescentou José Maria Neves, arrematando que “não há raças”, mas “Humanidade, homens e mulheres de todas as cores, que podem viver em paz e amizade”.

Mas adiante, Neves afirmou que não haverá paz enquanto uns desejam colonizar os outros, pela espoliação, pela violência e pelo racismo.

Para José Maria Neves, a luta pela liberdade continua uma vez que, segundo escreveu,   “todos os dias, sobretudo neste mundo onde o racismo, a violência, o recuo das liberdades civis e políticas e o avanço do populismo e do autoritarismo são realidades palpáveis”.

Finalizando, este interlocutor afirmou que o Bairro da Jamaica, no Seixal (Portugal), por tudo o que lá se vive, “pelo simples facto de existir, ganhou direito à nossa mais profunda solidariedade e ao nosso veemente repúdio por todas as formas de racismo e de violência”.

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, escolheu a sua página pessoal na rede social Facebook para anunciar que está a seguir os acontecimentos no bairro da Jamaica, onde residem várias pessoas de origem cabo-verdiana, local, domingo, 20, em que se registaram incidentes entre a PSP e moradores, os quais resultaram cinco civis e um polícia feridos, sem gravidade.

Uma pessoa foi, entretanto, libertada.

“Acompanho e procuro informações concretas relativas ao sucedido no bairro da Jamaica, Seixal, Portugal”, lê-se na mensagem do chefe de Estado.

A Embaixada de Angola em Portugal, por seu turno,  anunciou na terça-feira que está atenta ao apuramento de responsabilidades no caso que ocorreu no bairro da Jamaica, no Seixal (Setúbal), apelando aos cidadãos angolanos que “se abstenham de acções negativas”.

O Ministério Público português abriu um inquérito aos incidentes no bairro da Jamaica e a PSP abriu um inquérito para “averiguação interna” sobre a “intervenção policial e todas as circunstâncias que a rodearam”.

GSF/AA

Inforpress/Fim

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