Presidente do PAICV contesta suspensão sem processo disciplinar contra Jorge Lopes
O presidente do PAICV afirmou hoje que “não houve infracção” de Jorge Lopes e que a decisão da Comissão de Jurisdição de suspender este militante, na gestão de base de dados será avaliada com serenidade pelo partido.

O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - oposição), Rui Semedo, manifestou esta posição sobre a polémica em torno do afastamento do militante Jorge Lopes, durante a reunião do Conselho Nacional do partido, que deveria agendar a marcação do Congresso e das directas para o novo líder.
Confrontado com a suspensão temporária de Jorge Lopes, o ainda presidente afirmou que "não se pode suspender um militante sem um processo disciplinar" e que, até ao momento, "Jorge Lopes não cometeu nenhuma infracção disciplinar".
Segundo Rui Semedo, Lopes apenas exerceu o seu direito de questionar e pedir verificação de processos, algo que qualquer militante tem liberdade de fazer dentro das normas partidárias.
O líder do PAICV frisou ainda que a decisão da Comissão de Jurisdição, órgão que comparou a um “tribunal interno” do partido, será avaliada, mas não será publicamente comentada por ele.
Semedo também clarificou o papel de Jorge Lopes na gestão da base de dados do partido, negando que este tivesse qualquer responsabilidade formal.
“Quem estatutariamente tem a competência de gerir a base de dados é o secretário-geral. Jorge Lopes apenas prestava apoio técnico a convite deste”, explicou.
O presidente do partido considerou, ainda, que o afastamento de Lopes dessa função, apesar de desnecessário do ponto de vista disciplinar, pode ter sido motivado por razões éticas ou para evitar “mais ruídos”.
Concluiu-se que a decisão da Comissão de Jurisdição foi tomada a pedido de uma candidatura interna e que será tratada com naturalidade e respeito pelos mecanismos institucionais do PAICV.