Cabo Verde negocia com a China expansão do sistema de videovigilância “Cidade Segura”
Cabo Verde está a negociar com a China o financiamento da terceira fase do projeto de videovigilância “Cidade Segura”, que será alargado às cidades de Porto Novo, Assomada e Tarrafal. O projeto visa reforçar a segurança urbana através de câmaras de vigilância e formação técnica, com apoio financeiro chinês de 26,3 milhões de euros. Apesar das queixas de insegurança em algumas zonas, o governo assegura que a criminalidade está sob controlo.

O ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, revelou na sexta-feira, em entrevista à agência Lusa, que o governo cabo-verdiano está a negociar com a China o financiamento de uma nova fase do sistema de videovigilância “Cidade Segura”, com o objetivo de expandi-lo para mais três cidades do arquipélago.
"Estamos atualmente em conversações com a China para financiar uma terceira fase, que visa estender o projeto a outras cidades", afirmou o ministro durante uma visita à Região Administrativa Especial de Macau.
Segundo Paulo Rocha, o projeto já está implementado nas cidades da Praia (ilha de Santiago), Mindelo (ilha de São Vicente), Sal Rei (ilha do Sal) e Santa Maria (ilha da Boavista). A nova fase pretende levar o programa às cidades de Porto Novo (ilha de Santo Antão), Assomada e Tarrafal (ambas na ilha de Santiago).
Após a visita a Macau, o ministro seguirá para Pequim, onde irá reunir-se com fabricantes chineses de equipamentos de segurança pública.
A terceira fase do projeto insere-se no acordo assinado em janeiro entre Cabo Verde e a China, que prevê um apoio de 26,3 milhões de euros. O acordo contempla também a formação de técnicos para operar o sistema e garantir a manutenção dos centros de comando.
A segurança nas cidades, em especial na capital, tem sido tema recorrente. Em abril, comerciantes da cidade da Praia denunciaram à Lusa episódios de assaltos e ameaças com armas de fogo. No entanto, o ministro minimizou a situação: "O crime na Praia continua estável. É mera especulação", garantiu.
Rocha salientou que a polícia tem agido com eficácia, realizando detenções e apreensões relevantes. A 27 de junho, a Polícia Nacional anunciou a detenção de 20 indivíduos na Praia por suspeita de tráfico de drogas, roubo, desordem pública e posse de armas.
O ministro destacou ainda que, embora o número de crimes com armas permaneça estável, as apreensões de munições têm aumentado, muitas delas oriundas dos Estados Unidos e da Europa. Isso deve-se, segundo ele, ao reforço da vigilância nos portos e ao uso de scanners para pequenas encomendas.
Em 5 de maio, o Procurador-Geral da República, Luís Landim, anunciou a criação de uma equipa especial para combater o crime urbano na Praia e em São Vicente. O objetivo, explicou Paulo Rocha, é garantir investigações rápidas e eficazes, mesmo quando os criminosos não são apanhados em flagrante.