INMG mantém estado de alerta na Brava no nível 3 mas garante que situação no Fogo nada tem a ver com a ilha vizinha
Depois da ilha Brava voltar a ser abalada por tremores na semana passada e de neste fim-de-semana terem sido divulgados relatos de fenómenos junto ao vulcão do Fogo, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica –INMG, emitiu um comunicado tanto sobre a situação sísmica na Ilha Brava como sobre fenómeno observado no leste do Fogo.
Apesar de reconhecer que a ilha Brava se encontra instável nos últimos dias, o INMG esclarece que “ a taxa sísmica registada na ilha permanece praticamente inalterada”, avança em nota de imprensa.
“Porém, houve um agravamento dado que foi registrado na madrugada de hoje (domingo) um tremor harmónico (um sinal sísmico contínuo que é caracterizado por ter frequências múltiplas produzido pelo escoamento de gases de origem vulcânica).
Por isso o instituto alerta que “é provável que do ponto de vista sísmico, o estado se agrave nos próximos dias”.
“Note-se ainda que, nas últimas 24h foram registrados três eventos de magnitude superior a 3 na escala de Richter sentidos pela população, todos localizados na zona da Praia da Aguada, sem que tenha havido alteração significativa da profundidade focal.”
Tendo em conta esta situação, o INMG mantém o estado de alerta na ilha no nível 3, devido à ocorrência de sismos sentidos frequentemente, o que “quer dizer que a quantidade de magma que se acumulou na base da ilha aumentou”.
O INMG garante estar a fazer seguimento da situação e “que não há motivos para alarme, entretanto as autoridades devem manter-se alerta”.
Quanto ao fenómeno observado na costa leste da ilha do Fogo, mais concretamente no sítio denominado Rola-Rola, o INMG informa que não se trata de uma nuvem eruptiva. “Os dados registados pela Rede de Monitorização Geofísica do Vulcão do Fogo não mostram anomalias, que pudessem apontar para uma eventual erupção, em curso ou na iminência de acontecer”.
Segundo o INMG, “a julgar pelas imagens analisadas, trata-se de nuvens de poeira levantadas pela queda frequente de pedras naquele sítio. É também provável que as fortes precipitações ocorridas na ilha durante este ano tenham contribuído para uma maior erosão, que favorece a queda de pedras, pelo que a situação não tem nada a ver com a ilha Brava”.
No seguimento destes eventos, o INMG vai dar hoje, 20, uma conferência de imprensa, em São Vicente, na estação geofísica do INMG em São Vicente, para uma informação mais detalhada sobre a situação na Ilha Brava.
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