Cabo Verde Lança Inquérito Global para Mapear Diáspora em Mais de 40 Países
Cabo Verde iniciou um inquérito estatístico global para mapear a sua diáspora em mais de 42 países, com o objetivo de criar políticas públicas mais eficazes e integrar os emigrantes no desenvolvimento nacional. A operação será conduzida pelo INE e termina em 2026.
O Governo de Cabo Verde deu início nesta quinta-feira ao inquérito principal do Mapeamento da Diáspora no Mundo, uma operação inédita que visa conhecer melhor os emigrantes cabo-verdianos espalhados por mais de 42 países, através da recolha de informações estatísticas.
Durante os próximos 90 dias, o Executivo vai atuar presencialmente e online para contactar cabo-verdianos da primeira à quarta geração em todos os continentes. O lançamento oficial decorreu em Luanda, capital de Angola, país que abriga uma das maiores comunidades cabo-verdianas em África.
Outros países com forte presença emigrante incluem os Estados Unidos, Portugal, França, Holanda e Luxemburgo.
De acordo com o ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, que representou o Governo na cerimónia, o objetivo é criar políticas públicas mais eficazes e inclusivas, reforçar o diálogo com os países de acolhimento e valorizar os contributos da diáspora — económicos, sociais, culturais e humanos — no desenvolvimento do arquipélago.
Trata-se da primeira vez que Cabo Verde realiza uma operação estatística global e sistemática com este alcance, com apoio do Banco Mundial e da Organização Internacional para as Migrações (OIM). O projeto será executado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e deverá estar concluído em 2026.
Estima-se que existam 1,5 milhões de cabo-verdianos e descendentes a viver fora do país — cerca do triplo da população residente, que é de aproximadamente 500 mil pessoas. Em 2024, as remessas da diáspora atingiram um recorde de 30,6 mil milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 278 milhões de euros), destacando o impacto económico da comunidade emigrante.
