Marcos Giandinoto crítica esquecimento de problemas cruciais na Brava durante festividades de São João
Cidade de Nova Sintra, 9 de Junho de 2025 (Bravanews) – Em meio à efervescência das celebrações de São João, uma voz dissonante se destaca na ilha da Brava, levantando questões incômodas sobre as prioridades da comunidade e das autoridades. Marcos Giandinoto, empresário e operador turístico, não poupou críticas àqueles que, segundo ele, se deixam levar pela euforia das festividades, relegando a um segundo plano problemas graves e persistentes que afetam o quotidiano da ilha, em particular a crucial questão do transporte marítimo.
Giandinoto expressou o seu descontentamento de forma veemente, sublinhando que "todos estão focados na festa de São João, em trazer artistas a Brava e ninguém, nem mesmo a Câmara Municipal de Brava, pensa como resolver o problema do barco!". As suas palavras espelham uma frustração crescente face à aparente indiferença em relação a um problema que há anos penaliza a ilha, isolando-a e dificultando o seu desenvolvimento.
Para o empresário, a preocupação com a diversão e o entretenimento ofusca a necessidade de enfrentar os desafios estruturais. "Claro... que ninguém toque ou diga mal do São João, a diversão está em primeiro lugar... o resto não interessa... desde que não falte cerveja nas prateleiras das lojas, tudo bem, ninguém se revolta!", ironizou Giandinoto, apontando para uma passividade da população que o inquieta. A sua crítica não se limita à comunidade, estendendo-se também aos partidos políticos, que, em sua visão, falharam em resolver a questão do transporte marítimo ao longo de mais de uma década e meia. "Certamente nos lembraremos disso nas próximas eleições legislativas, nos lembraremos de como nenhum partido, nem mesmo o PAICV e o MPD, em mais de 15 anos, conseguiu resolver o problema do transporte marítimo da Brava!", afirmou, lançando um aviso para o futuro político da ilha.
O impacto da falta de transporte marítimo adequado é sentido diretamente por setores como o turismo, do qual Giandinoto faz parte. "Nós, operadores turísticos, estamos há mais de dois meses sem ver um único turista... mas ninguém se importa com o desenvolvimento turístico da nossa ilha...", lamentou, realçando o prejuízo económico que esta situação acarreta e a falta de atenção ao potencial turístico da Brava.
Consciente de que as suas críticas podem gerar reações negativas, Giandinoto antecipou possíveis ataques à sua legitimidade para falar sobre os problemas da ilha. "Claro que alguém dirá que eu não sou bravense e que não tenho o direito de falar, pois bem, dir-lhe-ei que sou cabo-verdiano e mais bravense do que muitas pessoas que encontro todos os dias na rua!", concluiu, defendendo o seu direito de expressar uma opinião construtiva em prol do bem-estar de Cabo Verde e, em particular, da Brava.
As declarações de Marcos Giandinoto servem como uma alerta contundente de que, embora as festividades tragam alegria e união, é fundamental não perder de vista os desafios que persistem e que exigem soluções urgentes para o progresso e o desenvolvimento da ilha da Brava.
