Vuca Pinheiro - Entrevista ao Expresso das Ilhas em 2017

Da escola ‘bravense’, como gosta de dizer, Vuca Pinheiro é um compositor e músico que consolida uma carreira ‘independente’, isto é, traça o seu caminho como artista contando com as suas energias, com o seu talento e com os seus meios financeiros. Embora haja um certa ironia no título de um dos seus Cd’s:’ Fama sem Prubêto’. Ironia ou constatação irónica? Não lhe perguntei isso. Fica a cargo dos seus apreciadores e de uma possível história global da música de Cabo Verde. Global no sentido ‘psicanalítico’. Seja como for, além dos afazeres profissionais que lhe garantem a vida do dia-a-dia, existe uma produção consistente e uma entrega artística que são uma referência importante na música de Cabo Verde. Vuca Pinheiro é também um estudioso da música cabo-verdiana, sobretudo em tudo o que seja da sua querida ilha das flores, a ilha Brava. O seu violão é reconhecido, tanto a solo ou acompanhante de outros artistas como produtor. Desenvolve dos EUA, na comunidade cabo-verdiana da East Coast, um importante contributo para a dignificação da cultura e dignidade do cabo-verdiano. As suas mornas e outras composições são parte integrante do ‘geral cancioneiro’ de Cabo Verde. Esta entrevista foi feita ‘a distância’. Perguntas simples para um discurso mais vasto que revela o percurso de Vuca Pinheiro.

Aug 23, 2019 - 15:58
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Vuca Pinheiro - Entrevista ao Expresso das Ilhas em 2017

Da escola ‘bravense’, como gosta de dizer, Vuca Pinheiro é um compositor e músico que consolida uma carreira ‘independente’, isto é, traça o seu caminho como artista contando com as suas energias, com o seu talento e com os seus meios financeiros. Embora haja um certa ironia no título de um dos seus Cd’s:’ Fama sem Prubêto’. Ironia ou constatação irónica? Não lhe perguntei isso. Fica a cargo dos seus apreciadores e de uma possível história global da música de Cabo Verde. Global no sentido ‘psicanalítico’. Seja como for, além dos afazeres profissionais que lhe garantem a vida do dia-a-dia, existe uma produção consistente e uma entrega artística que são uma referência importante na música de Cabo Verde. Vuca Pinheiro é também um estudioso da música cabo-verdiana, sobretudo em tudo o que seja da sua querida ilha das flores, a ilha Brava. O seu violão é reconhecido, tanto a solo ou acompanhante de outros artistas como produtor. Desenvolve dos EUA, na comunidade cabo-verdiana da East Coast, um importante contributo para a dignificação da cultura e dignidade do cabo-verdiano. As suas mornas e outras composições são parte integrante do ‘geral cancioneiro’ de Cabo Verde. Esta entrevista foi feita ‘a distância’. Perguntas simples para um discurso mais vasto que revela o percurso de Vuca Pinheiro.

Vamos começar pelo princípio: quando vieste à luz, em que ilha, quem são os teus pais e a família chegada e como foi a tua primeira infância?

Nasci na Vila Nova Sintra, Ilha Brava, no dia 23 de Janeiro de 1948. Sou filho de Júlio José Pinheiro, médico, já falecido, e de Maria da Conceição Azevedo Pinheiro, hoje com 93 anos de idade. Tenho 10 irmãos, sendo 5 mulheres e 5 homens, curiosamente espalhados por 3 continentes, sendo que o maior número deles se encontra aqui residindo em 6 diferentes Estados dos EUA. A minha primeira infância aconteceu na ilha Brava, mais precisamente na Vila Nova Sintra, no auge da sua vitalidade habitacional, num clima de muita intensidade cultural, num ambiente propício a serenatas, saraus culturais, festas de romaria e musicalmente favorável à introdução de jovens em andanças de aprendizagem musical.

O violão parece ser o teu companheiro fiel. Quando começaste a sua aprendizagem?

Bem, o meu primeiro instrumento foi uma gaita de boca oferecida por um amigo de meu pai. Noutros tempos, também o meu pai já me havia oferecido uma guitarra portuguesa. Mas, aos poucos, ainda garoto (por volta dos 12 anos de idade) e durante o período de férias escolares comecei a sentir a influência das serenatas, das tocatinas na praça e dos ensaios de grupos musicais da época na ilha Brava. Nessa ilha sempre houve o hábito de quase todos tocarem um instrumento musical mas havia um que se sobressaía dos demais e por isso cativava a minha atenção. Ele é Djick Oliveira, antigo professor do Liceu da Praia e hoje também professor de violão. Assim, e sem que ele percebesse, tornou-se o meu mentor e a tentativa de emulação do mestre veio logo a seguir, quando em casa tentava repetir o seu feito. Essas tentativas tornaram-me muito cedo num autodidata que gosta de explorar as cordas de um violão e de ter desenvolvido uma maneira muito peculiar de tocar, uma vez que nunca gostei de imitar ninguém. Mais tarde, já no Brasil, complementei a minha educação musical frequentando uma escola de música (“Música de Minas”) por 2 anos, o que me ajudou a alargar os meus conhecimentos musicais e a conhecer e aceitar novos horizontes, novas escalas, e novos ritmos.

 

Quais os guitarristas de referência para ti?

Na minha aprendizagem inicial, sem dúvida é o cabo-verdiano Djick Oliveira. Porém, muitos violonistas de renome, e outros nem tanto, já influenciaram a minha forma de execução. Luis Bonfá, Toquinho, Dilermando Reis, Segóvia, Los Índios Tabajaras, Paulinho Nogueira e Chet Atkins são apenas alguns exemplos. No entanto, procuro não imitar, mas sim retirar certas técnicas destes excelentes ‘violãonistas’ para incorporá-las na minha forma de tocar.

 

No teu facebook nota-se o teu romantismo para a ilha da Brava. É uma nostalgia ou uma espécie de substituição à ‘turbulência’ dos EUA?

“Já me vai na lembrança / a casa que me viu nascer, / pomares à volta, muita bonança, / Aconchego de não se esquecer, / revivê-la é a minha esperança. / Bendita óh ilha florida, / de poetas e mulheres bonitas, / bananeiras, cafezais, muita vida, / terra de morabeza e serenatas, / Brava no nome, ilha querida. / ... “ assim começa um poema que escrevi  falando um pouco da minha querida ilha. Respondendo à pergunta, torna-se portanto uma “nostalgia” e, ao mesmo tempo, “uma espécie de substituição à ‘turbulência’ dos EUA”.

 

Qual foi a primeira Morna composta? Data, momento… E as primeiras interpretações?

A primeira morna foi batizada como “Sodade de Cabo Verde”, inicialmente cantada no meu 4.° disco instrumental e posteriormente incluída no CD “Vuca Pinheiro & Amigos” com a participação de vários cantores (cada um representando uma ilha), incluindo a minha voz, eu que não me considero um cantor. A morna foi escrita em princípios dos anos 90, quando a saudade de Cabo Verde apertava e, na altura, não havia como colmatar essa lacuna no meu peito. Ultimamente a morna tem sido contemplada com a interpretação de Titina Rodrigues em espetáculos vários e programas televisivos.

 

As tuas mornas possuem um gracioso traço melódico. Foi uma procura ou é algo que surge espontaneamente?

É, definitivamente, algo que surge naturalmente. Eu não sou de rebuscar conteúdos ou sequência de acordes para demonstrar algum tipo de competência musical. Acho que a música é a expressão da alma num certo momento da vida do compositor. Para mim, ela deve brotar espontaneamente traduzindo o estado de alma e proporcionando uma sensação de prazer no ouvido de quem a aprecia.

 

Quais os compositores que te inspiraram e mais admiras? Tiveste um mentor? O teu violão: tem um nome poético?

No círculo tradicional cabo-verdiano: Eugénio Tavares, B. Léza, Manel d’Novas, Jotamont, Paulino Vieira, Rodrigo Peres, Betú, etc, etc, e vou parando por aqui porque são muitos os compositores cabo-verdianos que admiro e não queria ficar na situação de não mencionar alguns. No âmbito internacional: Cartola, Paulinho da Viola, Roberto Carlos, Chico Buarque de Holanda, Tom Jobim, Vinícius de Morais, Agustin Lara, Elton John, Pixinguinha, Ernesto Nazareth e mais alguns fazem parte da minha preferência musical. Quanto ao mentor, não acho que eu tenha sido influenciado só por um compositor. Aprecio muito, como acontece com uma das características da composição ‘bravense’, um “poema musicado”, uma história contada com cabeça, tronco e membros, uma melodia que tenha algo a ver com a letra e que possa complementá-la. Mas, definitivamente, e não poderia ser de outra forma, as composições de Eugénio Tavares têm um sabor especial, pela sua profundidade lírica, pela sua intensidade melódica e pela fidedigna tradução do momento em que foi escrita. O meu violão não tem um nome poético mas também não troco de violão com frequência. Costumo enamorar-me de um violão por muito tempo antes de o substituir.

 

Na composição, começas pela letra, pela melodia ou trabalhas com ambas?

A composição, para mim, não deve ser regrada, manietada ou eletronicamente elaborada. As coisas devem fluir naturalmente. Há casos em que a letra vem primeiro e outras em que o inverso também é verdadeiro, mas geralmente parte da composição já vem com letra e música. Também costumo deixar muitas ideias (gravadas) para um outro momento mais propício. Noutras ocasiões, já escrevi músicas para cantores, obedecendo o seu estilo próprio, como foi o caso de «Nem Co Manduco» (Tó Alves), «Os Meus 20 Anos» (Toi Cabecinha), “Cabo Verde Di Nós» (Calú Bana), e mais alguns.

 

Naturalmente que há sempre uma inspiração. É constante ou bastante periódica? Tem a ver com momentos íntimos de solidão, de tristeza?

A inspiração, como disse um certo compositor brasileiro, “... é uma luz que chega de repente, com a rapidez de uma estrela cadente, que acende a mente e o coração e faz pensar que existe uma força maior que nos guia ...”. No meu caso, a inspiração é diversa. Basicamente as minhas composições se baseiam na trilogia (e não só) do amor, da saudade e da crítica social. Naturalmente que têm a ver com momentos íntimos, mas não necessariamente só de solidão ou tristeza. A inspiração torna-se mais constante quando o espírito criativo é latente no indivíduo, como é o meu caso. É claro que sempre há aquele «toquezinho de mágica» que tem o dom de despertar no compositor a vontade de traduzir um determinado sentimento em música. Por outro lado, um compositor pode simplesmente concentrar-se num tema e desenvolver os passos intermediários que levem à consecução dos seus objectivos. Devo confessar que já me servi de todas essas situações para compor as minhas canções.

 

Quais as tonalidades preferidas?

A tonalidade menor é a que me persegue com mais frequência. Mas, do mesmo modo, também gosto de uma tonalidade maior, ou ainda, uma modulação “menor - maior” na mesma música. Procuro não me pautar por normas e condutas pré-definidas, mas um Ré Menor, Um Sol Maior, um Lá Maior ou Menor e um Mi Menor são tonalidades que me veem à memória quando divago pelas cordas de um violão.

 

O que podes considerar significativo no teu percurso de intérprete e compositor?

O “ser eu próprio” definitivamente foi o item que pautou o meu percurso como intérprete e compositor. Sempre venho afirmando que “uma cópia nunca chega a ser um original”. No entanto, é preciso ter discernimento suficiente para analisar técnicas e incorporá-las ao nosso modo de actuar na música, sem desvirtuar a nossa característica básica. Uma análise mais apurada sempre adiciona algo de positivo a qualquer ramo de conhecimento.

Quais são os intérpretes preferidos das tuas composições?

Tive a felicidade de ter composições executadas por excelentes cantores, aos quais deixo aqui os meus mais sinceros agradecimentos. O Piduca Silva (por sinal, irmão do Ildo Lobo) tem sido o cantor que mais interpretou as minhas composições, num total de oito em dois CD’s. Devo confessar que nunca me desagradei de qualquer interpretação. Sem desmerecer qualquer um, posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que o Ildo Lobo tem uma classe à parte. Sem necessidade de orientação de qualquer tipo, ele teve uma interpretação magnífica da morna “Combersa co Deus”, conseguindo dar a entonação certa, impregnando o sentimento que se impunha, e ainda interpretando o crioulo ‘bravense’ com maestria.

 

A morna ‘Conversa co Deus’ é de uma grande beleza melódica. Pura. Cantada pelo Ildo Lobo no CD ‘Nós Morna’. Qual é a história desta morna e como foi a ligação com o Ildo?

Quando comecei pelas minhas andanças musicais, o Ildo ainda era um menino, mas sempre fui amigo de toda a família Lobo, desde o pai que cantava no terraço do Rádio Clube da Praia sem microfone e cobrindo toda a orquestra com a sua potência vocal. Depois da minha estadia no Brasil por 15 anos e do regresso ao seio da minha família aqui nos EUA, as visitas do Ildo Lobo aos “States” eram frequentes e sempre tivemos uma relação de amizade, a ponto de o acompanhar musicalmente com o meu conjunto numa das suas inúmeras digressões por estas terras do Tio Sam. Certa vez, comecei por mostrar as minhas composições ao Ildo e, por uma questão de modéstia e de não o submeter às peculiaridades do crioulo da Brava, não cheguei a mostrar essa morna específica. Mas ele insistiu em querer ouvir todas, quando então cantei “Combersa co Deus”. Ouviu calado e finalmente me disse “É essa que eu quero”. A morna em si é um desabafo e um pedido de socorro e orientação divina num dos muitos momentos íntimos em que o ser humano procura se pautar por caminhos certos e sem desvios de conduta. Escrevi a morna em pouco tempo e confesso que me surpreendi com o resultado obtido. A rima, o conteúdo da letra e o sentimento melódico certamente ajudaram.

 

O que podes considerar importante para a visibilidade, a continuação da veia da Morna e os estímulos que a sociedade pode dar?

No meu modo de ver, não basta termos uma Cesária que ajudou a catapultar a nossa música tradicional, e particularmente a “morna”, para esferas internacionais. Uma vez eu já havia respondido a um ministro (que andou à procura de novas Cesárias) que antes de termos uma nova Cesária, precisamos fazer o nosso trabalho de casa, precisamos preparar a nossa juventude, que é, na verdade, o esteio de gerações vindouras. Na área musical, ainda vejo uma carência muito grande em termos de música tradicional cabo-verdiana escrita em pauta. Acho que o músico estrangeiro precisa ter uma pauta musical à sua frente e conseguir tocar uma “morna” com aquele sentimento que nós conseguimos transmitir na nossa execução. É louvável que hoje jovens cabo-verdianos (ou descendentes de cabo-verdianos) queiram conhecer um pouco mais da nossa música tradicional, principalmente a “morna”. Mas o conhecimento da nossa música não passa só pela execução harmónica e melódica dos nossos ritmos mais conhecidos. Torna-se necessário que se conheça a história da nossa música e dos nossos compositores. Precisamos produzir folhetos ou cadernos (que posteriormente pudessem ser convertidos em livros) versando sobre a vida e obra de compositores cabo-verdianos, que possam ser estudados nos estabelecimentos de ensino em Cabo Verde e na diáspora. A iniciação e a continuidade da educação musical inserida no ensino básico escolar é outra área que exige de todos o desenvolvimento e a confecção de livros apropriados a esse tipo de ensinamento. A “morna”, assim como outros ritmos tradicionais de Cabo Verde, precisam ser analisados quanto à sua estrutura musical e as particularidades que a “morna” apresenta em cada uma das diversas ilhas do arquipélago. As emissões radiofónicas e televisivas precisam, no meu entender, de adicionar ao componente “entretenimento” uma pequena quota-parte de “ensinamento” e um pouco de “nacionalismo” nas suas emissões diárias, que só traria benefícios a todos. É lamentável que um cabo-verdiano emigrado, ao visitar a sua terra, ouça mais música estrangeira em Cabo Verde do que na sua diáspora. Festivais de “mornas”, com premiações compatíveis, podiam e deviam ser incentivados pelo governo ou por entidades afins. Ressalvando as devidas e bem-vindas excepções, vejo ainda um problema maior, que é a comunicação social e a promoção de eventos “entregue” em mãos de DJ’s ou ainda de pessoas pouco preparadas (em termos culturais) que fazem tudo para “dirigir” a vontade do povo ao seu bel-prazer ou ainda de acordo com as suas preferências e conveniências pessoais. Um sistema de incentivos na concepção de licenças de radiodifusão podia ser facilmente implementada de forma a promover a nossa cultura e não a cultura estrangeira, como hoje acontece. Finalmente, a criação de um grupo de “Amigos da Morna” teria o condão de enumerar mais ações e deliberações que poderiam ser implementadas a curto e longo prazo.

 

Há um trajecto na tua vida de artista. Como músico independente. E uma consciência do ‘andar’ da música de Cabo Verde…

O meu trajecto musical sempre teve a finalidade primeira de fazer renascer a composição ‘bravense’ e trazê-la para o seio da atualidade musical cabo-verdiana, uma vez a mesma vinha progressivamente perdendo-se no tempo sem que se pudesse vislumbrar outro panorama mais favorável. A saudade da terra natal, vivida em terras brasileiras, e a necessidade de preservar a cultura tradicional cabo-verdiana (especialmente a ‘bravense’), fez com que eu focalizasse toda a minha atenção sobre o assunto. Assim, comecei por gravar, nos EUA em 1985, o meu primeiro disco (“Força Di Cretcheu”), quando a música de Martinica sufocava literalmente a música tradicional cabo-verdiana.  Contrariamente a todas as previsões, esse disco de mornas antigas da ilha Brava conseguiu obter um enorme sucesso que fez com que a morna se reafirmasse no cenário musical cabo-verdiano aqui nos EUA.   

Discografia e álbuns em que Vuca Pinheiro participou

1985 – “Força Di Cretcheu” – Instrumental – Mornas antigas da ilha Brava da autoria de Eugénio Tavares, José Medina, Rodrigo Peres, Silvestre Faria, Wilson Nunes e Lúcio Azevedo.

1987 – “Ês Quê Nha Terra Cabo Verde” – Instrumental – Mornas antigas da ilha Brava espelhando composições de Eugénio Tavares, Djedjinho, Silvestre Faria, José Medina, Edwino Nunes e Álvaro Soares. Para demonstrar que tinha intenção de gravar mornas de outras ilhas, incluí neste disco mais duas mornas de São Vicente, composições de Gabriel Mariano, Jacinto Estrela e Djô d’Eloy.

1993 – “Cretcheu Na Paz” – Instrumental – 8 mornas antigas da ilha Brava. Neste disco incluí duas composições de minha autoria, sendo uma delas (“Nôs Poeta Rodrigo”) uma homenagem a Rodrigo Peres, um dos nossos grandes compositores da ilha Brava. A outra morna (“Sodade de Cabo Verde”) viria a ser regravada mais tarde no CD “Vuca Pinheiro & Amigos”.

1996 – “Fama Sem Prubêto” – Instrumental – Mornas da Brava, Fogo, Boavista e São Vicente, para além de novos ritmos incluídos como a mazurca, valsa e samba, estes de minha autoria.

2000 – “Vuca Pinheiro & Amigos” – Devido ao acúmulo de composições de minha autoria, versando sobre amor, saudade e crítica social, decidi convidar cantores da nossa comunidade imigrada a interpretarem essas composições. Assim, participaram do CD: Djosinha, Piduca Silva, Armando de Pina, Sãozinha Fonseca, Quirino DoCanto, Lutchinha, Zé Rui, Judite Pinheiro, Duducha, Amadeu Fontes, José Silva, Galvão e Vuca Pinheiro, num total de 32 músicos envolvidos.

2009 – “Terra De Eugénio” – Segundo CD com composições de minha autoria interpretadas por Bana, Tó Alves, Piduca Silva, Armando de Pina, Calú Bana, Toi Pinto, Quirino Do Canto, Judite Pinheiro, Lutchinha, Carlos Diamantino e Aníbal. Este CD, versando também sobre o amor, a saudade e a crítica social, teve a colaboração de 34 artistas sob o tema da “união entre músicos”.

2012 – “Novo Horizonte” – Duplo CD instrumental com um total de 51 temas gravados em 30 faixas. Para além de 12 composições de minha autoria, este CD Duplo contém temas de origem Cabo-verdiana, Brasileira, Portuguesa, Latina (e Argentina).

2012 – “Marchas de Fim-de-Ano da Ilha Brava” – Um trabalho de pesquisa e recuperação de 15 temas da memória ‘bravense’ dos anos dourados da Ilha das Flores, (por sinal com 4 composições do meu pai), com interpretações de Djosinha, Armando de Pina, Sãozinha Fonseca, Van Feijóo Pereira, Djuta Barros, Peter Arteaga, Esmeraldo Duarte e Carlos Mendes.

Acrescentamos em 2018 - Vuca Pinheiro 50 anos de lides musicais - CD e Livro

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 795 de 22 de Fevereiro de 2017.

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