Sinceramente, a TCV assim como está já não é necessária!
Sinceramente, a TCV (Televisão de Cabo Verde) deixou de ser necessária. A Nação, tanto no país como na diáspora, já não precisa dela, porque perdeu por completo a sua utilidade pública. Tornou-se uma ladainha cómica, um teatro sem cor, sem pluralidade, cheia de inclinações mentirosas e marcada por manchas ardentes do passado. E se perdeu a utilidade pública, então deve, com a mesma lógica, perder também os recursos públicos.

Hoje, a TCV funciona como uma máquina desgovernada de propaganda de um único partido, e por isso deve ser declarada o que de facto é: uma máquina de inutilidade pública. Além disso, é sabido que a “Messi” do PAICV na TCV esteve prestes a integrar a lista de Francisco Carvalho nas últimas autárquicas. E só não integrou porque, no último momento, alguém se deu conta de que ter duas irmãs com influência direta numa mesma instituição pública seria demasiado até para o PAICV. A própria Janira vetou o nome da jornalista-comissária, para vereadora da CMP. A comissária-jornaleira que foi para a tomada de sua posse toda de amarela…sempre com o ar provocatório!
Contudo, negociou-se uma promessa — e prometer é, aliás, a especialidade do novo patrão do PAICV, Francisco Carvalho. Prometeram-lhe um lugar na lista para as legislativas de 2026. E mesmo sabendo que as promessas de Francisco valem o que valem e raramente se concretizam, ficamos à espera. Ela ficou na lista de espera! Se a promessa se cumprir, também não será nada inédito: o trânsito de jornalistas para cargos políticos já se tornou uma norma no outro lado da rua! Seguindo o Manual que veio do INFERNO!
Enquanto isso, com essa promessa no bolso, a jornalista tornou-se ainda mais agressiva. Ataca provoca o MPD e o Governo diariamente, manipula entrevistas, coloca palavras nas bocas dos entrevistados e faz campanha descarada, ao vivo, no telejornal. Todos os dias.
Resta perguntar: o que falta à Direcção da TCV para enxergar o que até alguns sinceros militantes do PAICV já enxergaram? Que feitiço é esse que mantém pessoas notoriamente impreparadas nos mesmos cargos por 20 ou 30 anos, mesmo com prestações medíocres?
Neste contexto, e em nome do interesse superior da Nação, defendo que a Direcção da TCV deve suspender provisoriamente todos os seus programas de natureza política, incluindo os telejornais e entrevistas partidarizadas. Deve-se iniciar uma profunda e urgente reorganização, refrescar as imagens antiquadas da TCV, trazer sangue novo, dar destaque aos jornalistas competentes e não comissários, criar conteúdos mais relevantes e rodar os recursos humanos cristalizados há décadas. Nos órgãos públicos de comunicação não defendemos profissionais que exerçam a sua ideologia no exercício da sua função e que são adeptos de partidos no exercício do cargo pago pelos contribuintes!
Cabo Verde merece melhor TELEVISÃO PÚBLICA!
E por fim, quero deixar uma chamada de alerta pública à Direcção da Televisão Pública: com seriedade não estão a ver que a parcialidade da TCV de há muito vem manchando a imagem desse orgão público de comunicação? Esse orgão – a sua partidarização – dividiu os caboverdeanos em dois grandes polos! É isso que a Direcção quer? Quantos milhares de caboverdeanos deixaram de abrir e ver a TCV? Desculpem-me meus senhores, digo isso com mágoa, porque falhamos todos, a credibilidade pública da TCV resume-se, hoje, a quem apoia o Paicv e umas dúzias maus!
É isso vocês querem?
Maika Lobo em Opais.cv