Brava: Escassez de alimentos ensombra festa de Natal numa ilha com prateleiras vazias
A ilha Brava continua a enfrentar uma grave escassez de vários produtos alimentares, situação que tem gerado preocupação e apreensão entre a população, sobretudo com a aproximação da quadra natalícia.
Em declarações à comunicação social, o proprietário de um estabelecimento comercial José Baptista, considerou que a situação vivida na ilha é “triste e péssima”, uma vez que os comerciantes não estão a conseguir abastecer as lojas nem manter o estoque mínimo, devido à ausência de um barco de carga regular para a ilha.
Segundo o comerciante, as autoridades não têm apresentado soluções eficazes para resolver o problema, que já está a ter um impacto negativo significativo na economia local.
Baptista acrescentou ainda que, mesmo com as viagens diárias do navio Kriola, o abastecimento continua insuficiente, dado que a embarcação transporta carga muito limitada, em quantidade insuficiente para garantir sequer 15 por cento (%) das necessidades da ilha.
“Faltam apenas alguns dias para a chegada do Natal e não temos alho, cebola, batata, manteiga, óleo, entre outros produtos de primeira necessidade. É triste constatar que, no em que Cabo Verde completa 50 anos de independência, ainda haja pessoas a passar fome por falta de meios, enquanto as autoridades nada fazem”, lamentou.
O comerciante classificou a situação como “lamentável”, sublinhando que o país é pequeno e que “é incompreensível que o chefe de Estado permita que parte da população viva nestas condições”.
Por sua vez, a dona de casa Guguta Martins afirmou que a crise na Brava já ultrapassou todos os limites, destacando que muitas lojas estão praticamente vazias e com vários produtos em ruptura.
De acordo com a mesma fonte, a situação agrava-se ainda mais por se tratar de uma época festiva, em que produtos básicos, como ovos e farinha, não estão disponíveis para preparar alimentos simples, como um bolo.
“O Governo precisa intervir nesta situação o mais breve possível. Penso que as autoridades já têm conhecimento do que a Brava está a viver. É urgente arranjar um barco de carga para resolver este problema de uma vez por todas, porque senão não vamos aguentar”, concluiu.
















