“Democracia não é palhaçada”: Crítica dura ao sistema de transportes em Cabo Verde
O cidadão cabo-verdiano (ilha Brava) radicado nos EUA António Varela, lançou, esta semana, uma crítica contundente ao atual estado do sistema de transportes no país, acusando as autoridades de tentarem maquilhar a realidade com discursos que não correspondem ao dia a dia vivido pela população.

Em declarações partilhadas nas redes sociais, Varela foi direto: “É aqui que a democracia e a palhaçada se cruzam. Como é possível que estes indivíduos, com a cara lavada, tentem enganar um povo que é educado, informado e que acompanha de perto a calamidade que é o chamado sistema de transportes de Cabo Verde?”
O desabafo surge num momento em que aumentam as queixas sobre os atrasos, cancelamentos e dificuldades de ligação entre as ilhas, tanto no transporte marítimo como aéreo. Para muitos cidadãos, trata-se de um problema estrutural que há décadas prejudica o desenvolvimento do arquipélago e limita a mobilidade dos cabo-verdianos.
Varela vai mais longe e acusa os responsáveis políticos de tentarem dourar o fracasso através de manchetes e discursos que não convencem. “Por favor, parem. Nós não somos estúpidos. O povo de Cabo Verde merece honestidade, não maquilhagem de palavras. Merece soluções, não desculpas.”
Segundo ele, a democracia não pode ser transformada numa fachada para justificar incompetência governativa. “A democracia não foi criada para ser uma máscara da incompetência — foi criada para dar voz ao povo, responsabilizar os líderes e garantir que a verdade prevaleça sobre a propaganda.”
O tom da crítica deixa claro que a paciência popular está a esgotar-se. “O tempo de brincar com palavras acabou. O povo vê. O povo sabe. E o povo não esquecerá.”
As palavras de António Varela refletem um sentimento cada vez mais partilhado por muitos cabo-verdianos: a urgência de soluções concretas e eficazes para o setor dos transportes, considerado vital para a coesão territorial e para o futuro do país.