A gestão do ex-Presidente da Câmara Municipal da Brava Francisco Tavares e o silêncio cúmplice do PAICV na ilha Brava

Durante anos, o PAICV na Brava construiu, no mandato do Ex-Presidente Francisco Tavares, um discurso sobre um alicerce de acusações graves. O PAICV na Brava e seus principais dirigentes acusaram o então Presidente Francisco Tavares de tráfico de influência, corrupção, nepotismo, desvio de dinheiros públicos. A população foi levada a acreditar que a gestão anterior escondia esquemas obscuros que travavam o progresso da ilha.

Sep 5, 2025 - 15:23
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A gestão do ex-Presidente da Câmara Municipal da Brava Francisco Tavares e o silêncio cúmplice do PAICV na ilha Brava

(...) Era o discurso da mudança, do “basta”, do moralismo político. Mas agora, passado o fervor das urnas e com o PAICV a deter o poder local, pergunta-se: onde estão as provas?

Hoje, com todos os documentos da gestão anterior em mãos, com acesso total às contas, contratos e processos, nada foi revelado. Nenhum dossiê foi apresentado, nenhuma denúncia formal seguiu para a justiça, nenhuma prova sustentou os ataques que, meses atrás, serviram como munição política. O que resta é o vazio. Um silêncio cúmplice que grita mais alto do que todas as acusações feitas.

O que parecia ser uma denúncia de irregularidades graves pode, afinal, ter sido apenas um estratagema eleitoral — um jogo perigoso de manipulação da opinião pública. Se for este o caso, estamos perante um insulto à inteligência e à dignidade dos bravenses. O eleitorado não pode ser tratado como massa de manobra, alimentada por discursos de ocasião que, depois de cumprido o objetivo do voto, são simplesmente varridos para debaixo do tapete.

O PAICV na Brava tem hoje uma responsabilidade que não pode ser ignorada. Se havia corrupção, que apresente provas. Se havia desvio de fundos, que leve os culpados à barra da justiça. Mas se tudo não passou de retórica eleitoral, então é obrigação do partido assumir, perante o povo, que manipulou e enganou. O silêncio não pode ser a resposta — porque o silêncio, neste caso, é cumplicidade.

A política feita de acusações vazias destrói a confiança da população nas instituições e agrava a descrença no sistema democrático. Os bravenses merecem respostas claras, não slogans eleitorais que se evaporam no dia seguinte às eleições.

O povo da Brava tem o direito de perguntar: onde estão as denúncias, os processos, as provas? Onde está a seriedade política? O silêncio do PAICV não é apenas desconfortável — é revelador. E se não for rompido com a verdade, ficará para a história como um ato de manipulação eleitoral, onde a sede de poder falou mais alto do que o compromisso com a verdade.