Daniel Lobo anuncia processo judicial contra Alex Évora por alegadas ameaças e difamação

Segundo a publicação feita por Maika Lobo, Alex Évora — conhecido defensor do Presidente do PAICV e do candidato a Primeiro-Ministro Francisco Carvalho — terá, alegadamente, ultrapassado os limites do debate político, recorrendo à linguagem ofensiva, ataques pessoais e, mais grave ainda, ameaças de morte.

“E sabe-se a mando de quem o Alex Évora tem estado a fazer os seus programas, as suas difamações, injúrias e ameaças de morte”, escreveu Daniel Lobo, sustentando que tais actos não seriam isolados nem espontâneos.

Na mesma publicação, Maika Lobo vai mais longe ao afirmar que Alex Évora não actuaria sozinho, mas sim sob orientação de terceiros, insinuando a existência de uma cadeia de comando por detrás das acções que considera criminosas.

“Por consequência, o Alex Évora tem um comando, um comando que lhe instrui e lhe dá ordens. A autoria moral dos crimes!”, afirmou, defendendo que não apenas o autor material, mas também os alegados instigadores devem ser responsabilizados judicialmente.

Estas declarações levantam um debate sensível sobre os limites da militância política, da liberdade de expressão e da responsabilidade penal, sobretudo num contexto de crescente radicalização do discurso político nas redes sociais.

Outro ponto que chama a atenção no anúncio feito por Daniel Lobo é a referência à justiça dos Estados Unidos da América. O activista afirma que pretende interpelar as autoridades judiciais americanas no âmbito do processo, caso se confirme que parte das alegadas infrações ocorreu em território norte-americano ou envolveu cidadãos aí residentes.

“A justiça americana também será interpelada em relação à autoria moral dos crimes cometidos. E gentes do comando do Alex Évora serão apanhados quando aqui chegarem”, escreveu, acrescentando que as queixas “vão ser extensivas o máximo possível”.

Este anúncio surge num momento em que o ambiente político cabo-verdiano se mostra cada vez mais polarizado, com trocas de acusações frequentes entre militantes e simpatizantes dos principais partidos, sobretudo no espaço digital.

Especialistas têm alertado para o perigo da normalização do discurso de ódio, da intimidação e da criminalização do adversário político, sublinhando que o confronto democrático deve assentar em ideias, propostas e debate civilizado.

Até ao momento, Alex Évora não reagiu publicamente às acusações feitas por Daniel Lobo. Importa sublinhar que, do ponto de vista legal, vigora o princípio da presunção de inocência, cabendo aos tribunais avaliar os factos, as provas e a eventual responsabilidade criminal dos envolvidos.

A Bravanews continuará a acompanhar o desenrolar deste caso, ouvindo todas as partes e garantindo o direito ao contraditório, num esforço de contribuir para uma informação rigorosa, equilibrada e de interesse público.

MS