Relatório interno aponta desaparecimento de um drone e um Computador Portátil adquiridos pela Câmara Municipal da Brava na gestão 2020/2024

De acordo com o relatório, o drone foi adquirido por 45.000$00 e pago através do cheque n.º 35458236, emitido a 29 de abril de 2022. Já o computador portátil, no valor de 70.000$00, foi liquidado com o cheque n.º 36191763, datado de 16 de novembro de 2023. Apesar de constarem como bens pertencentes ao município, os dois equipamentos não foram localizados durante a inventariação realizada pela equipa de averiguação.

A ausência dos materiais levantou suspeitas sobre a sua actual localização. O relatório indica que, na prática, tudo aponta para que ambos se encontrem na posse do ex-presidente da Câmara Municipal da Brava. Esta hipótese é reforçada por testemunhos recolhidos pela Bravanews, que confirmam ter visto o antigo edil a utilizar o drone em ocasiões posteriores à sua aquisição e posterior a sua saída da gestão municipal.

Contactado pela nossa redação para esclarecer se tem ou não os equipamentos em sua posse, Francisco Tavares disse que "não faz sentido eu estar a responder a Bravanews sobre um suposto relatório que sou visado e não dado a conhecer.

Eu vivo a 500 metros da CMB, eu atravesso a Praça Eugénio Tavares (que fica a 20 da CMB) todos os dias para ir ao trabalho no Liceu Eugénio Tavares. 

Se a equipa camarária não achou que eu merecesse conhecer este relatório por algum motivo deve ser. 

Mas a equipa camarária achou que deveria dar a conhecer o relatório interno ao Bravanews “residente” nos EUA, por algum motivo, também.

Um relatório do tipo pode conter milhões de informações através de afirmações susceptíveis de reações judiciais por calúnia e difamação e pode conter N afirmações susceptíveis de esclarecimentos (afinal foram 12 anos na CMB) caso o visado, ainda, se lembrar. 

Pense em quantos computadores e outros equipamentos uma CM compra ao longo de um, dois ou três mandatos e quantos se danificam e vão parar aos armazéns e à lixeira."

O desaparecimento de bens públicos é um dos vários pontos sensíveis identificados no documento, que analisa a gestão municipal entre 2020 e 2024 e aponta para potenciais irregularidades de diversa natureza. A investigação interna foi concluída a 16 de setembro de 2025 e deverá agora ser remetida às autoridades competentes para avaliação.

Na comunidade bravense, o caso já gera inquietação e críticas. Para muitos residentes, o episódio reforça a necessidade de auditorias mais rigorosas e de maior transparência na gestão dos recursos da ilha, especialmente num contexto em que a Brava enfrenta desafios estruturais e financeiros há vários anos.

A Bravanews continuará a acompanhar o desenvolvimento deste processo e a procurar respostas sobre o paradeiro dos equipamentos adquiridos com fundos municipais.