Utentes da Ilha Brava denunciam atrasos no atendimento médico na Delegacia de Saúde

Cidade de Nova Sintra, 24 de Setembro de 2024 (Bravanews) - A Ilha Brava, um dos menores e mais isolados municípios de Cabo Verde, enfrenta uma crise no atendimento médico, com utentes a expressarem descontentamento em relação aos longos prazos de espera para consultas. Muitos relatos indicam que a situação se torna crítica, especialmente para casos que exigem atendimento urgente.

Sep 24, 2024 - 14:52
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Utentes da Ilha Brava denunciam atrasos no atendimento médico na Delegacia de Saúde

Recentemente, um paciente com problemas no trato urinário destacou a gravidade da situação ao afirmar que foi forçado a viajar para a Ilha do Fogo para receber atendimento médico. Segundo ele, a consulta que solicitou na Delegacia de Saúde da Brava só foi marcada 15 dias após o seu pedido, uma espera inaceitável para quem enfrenta uma emergência de saúde. “Eu não tinha outra opção. O meu estado estava a piorar, e esperar aqui não era uma alternativa. Tive que ir ao Fogo para ser atendido”, desabafou.

Os utentes da Brava relatam que, em média, estão a esperar entre 15 a 30 dias para conseguir uma consulta, mesmo em casos que deveriam ser tratados com mais agilidade. Essa situação levanta preocupações sobre a eficácia do sistema de saúde na ilha e coloca em evidência a necessidade urgente de melhorias nos serviços.

Muitos moradores já manifestaram frustração com a falta de recursos e de profissionais de saúde, o que tem contribuído para os atrasos no atendimento. Com apenas dois médicos  e a alta demanda de pacientes estão a causar um colapso no sistema, deixando os utentes vulneráveis e sem acesso ao tratamento que necessitam.

Organizações locais e activistas têm pedido ao governo uma revisão das políticas de saúde na Brava, solicitando mais investimento na infraestrutura e na contratação de profissionais. “A saúde é um direito fundamental, e os cidadãos da Brava merecem um atendimento digno e acessível. Não podemos permitir que os nossos conterrâneos sejam obrigados a viajar para outras ilhas para receber cuidados básicos”, declarou um activista local.

Enquanto a população aguarda respostas e soluções por parte das autoridades, a situação continua a ser uma fonte de angústia e preocupação para os utentes da ilha. A Delegacia de Saúde da Brava, por sua vez, permanece muda, sem se pronunciar oficialmente sobre as queixas, deixando os moradores na expectativa de que medidas sejam tomadas para resolver esta crise de atendimento médico.

MS