A ilha Brava nunca pode ser esquecida - recorda Nereida Lobo
Cidade de Nova Sintra, 15 de Novembro de 2025 (Bravanews) - A ilha da Brava, terra de Eugénio Tavares, voltou a reivindicar atenção e respeito num apelo emocionante que ecoa nas redes sociais e entre a diáspora. A bravense Nereida Lobo, com orgulho e sentimento profundo, assinou uma mensagem, lembrando ao país que a mais pequena ilha habitada de Cabo Verde continua a enfrentar desafios estruturais que travam o seu desenvolvimento.
“A Brava nunca pode ser esquecida”, escreve Nereida, reforçando o simbolismo cultural e histórico deste pedaço de terra onde a poesia e a morna nasceram para o mundo. Para ela e para muitos, a ilha que canta, que sente e que guarda a alma cabo-verdiana merece mais do que palavras: merece ações concretas.
No texto, a autora destaca que, já em 2025, os problemas de transporte e acessibilidade persistem, limitando o crescimento económico, as oportunidades e a qualidade de vida das famílias bravenses. A falta de ligações fiáveis continua a ser o principal entrave, obrigando muitos a partir e dificultando o regresso de outros. “Não é um pedido de favor. Não é uma crítica. É um despertar”, sublinha Nereida.
Evocando a célebre frase de Eugénio Tavares, “Si ka badu, ka ta biradu”, a mensagem reforça a ideia de que sem oportunidades e condições dignas de mobilidade, a população vê-se empurrada para longe da sua terra — e muitos não conseguem voltar.
O desabafo, assinado por uma “Bravense orgulhosa”, reacende um debate antigo: a necessidade de políticas públicas eficazes e de investimentos consistentes que garantam à ilha a integração plena no país. A Brava, com o seu potencial cultural, turístico e humano, continua à espera de soluções que lhe permitam florescer e ocupar o lugar que merece no panorama nacional.
Enquanto isso, a voz de Eugénio Tavares continua viva — agora ecoada por novos bravenses que, como Nereida Lobo, recusam deixar que a ilha seja silenciada e esquecida.
MS
