Brava enfrenta ruptura prolongada de água potável e moradores exigem intervenção urgente

A população da ilha Brava voltou a manifestar forte preocupação perante a situação crítica provocada pelas constantes rupturas no abastecimento de água potável, um produto que está escasso nas lojas há mais de quatro semanas e que afecta directamente o consumo doméstico e a rotina das famílias.

Segundo relatos de vários moradores, o fornecimento de água engarrafada está interrompido “há quase um mês”, deixando os estabelecimentos comerciais sem capacidade de reposição. A falta do produto essencial tem provocado filas, aumento pontual de preços e uma verdadeira corrida pela pouca disponibilidade ainda existente em alguns pontos de venda.

Dety Martins, residente em Nova Sintra, afirma que a ilha atravessa uma fase “muito crítica”. Para além da escassez de alimentos de primeira necessidade, a ruptura de água potável tem elevado ainda mais a tensão entre os bravenses.
“A água potável é essencial à vida e à saúde. Aqui na Brava, praticamente todos consomem água engarrafada e não a da torneira. Quando há ruptura, ficamos sem soluções e dependemos de alternativas que nem sempre existem”, lamentou.

Opinião semelhante tem Luís Pires, morador em Nossa Senhora do Monte, que descreveu a situação como “lamentável”.
“Vi turistas à procura de água para beber e só encontraram garrafinhas pequenas. Em praticamente toda a ilha, estamos sem água potável”, relatou, apelando às autoridades locais e nacionais por uma intervenção urgente.

O cenário agravou o receio da população de que, caso a situação persista, a ilha possa enfrentar um quadro ainda mais delicado nas próximas semanas.

Entretanto, informações recolhidas pela Inforpress indicam que um carregamento de produtos de primeira necessidade — incluindo água para abastecer algumas lojas da ilha — encontra-se ainda a bordo do navio Atlantic Shipping. A embarcação deveria ter chegado à Brava no final de outubro, mas sofreu uma avaria e regressou à cidade da Praia, permanecendo sem data definida para retomar viagem.

Enquanto isso, a incerteza cresce e a população continua à espera de uma solução rápida para evitar que a crise de abastecimento se transforme numa emergência maior.

Reportagem da Expresso Das Ilhas.