Fogo: Empresários exigem soluções urgentes para transporte marítimo e sugerem introdução do navio Praia d’Aguada

Os empresários e comerciantes da ilha do Fogo reuniram-se esta sexta-feira para analisar a situação do transporte marítimo de cargas e exigiram medidas imediatas, nomeadamente, a introdução do navio Praia d’Aguada e a redução das taxas portuárias.

Nov 9, 2025 - 16:12
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Fogo: Empresários exigem soluções urgentes para transporte marítimo e sugerem introdução do navio Praia d’Aguada

Os empresários e comerciantes afirmam que o sector dos transportes marítimos tem vindo a degradar-se nos últimos seis meses, provocando escassez de materiais de construção, géneros de primeira necessidade e prejuízos significativos para o sector privado.

Durante o encontro com o edil de São Filipe, Nuías Silva, relataram que inúmeras cargas permanecem retidas na Praia, obrigando-os a suportar custos adicionais de armazenagem e comprometendo o cumprimento de compromissos comerciais.

A CV Interilhas, responsável pelas ligações marítimas entre as ilhas, realiza actualmente apenas três das seis viagens previstas no contrato, em horários que, segundo os mesmos, “não servem os interesses da classe” e reconhecem o esforço da Atlantic Shipping em minimizar os constrangimentos perante a crítica que leva a ilha a perder competitividade.

Por isso, decidiram elaborar uma proposta de soluções a ser apresentada ao Governo, num encontro que o edil de São Filipe, Nuías Silva, está a agendar na sua deslocação, sábado, à cidade da Praia para audiência com o primeiro-ministro ou o ministro do Mar e com a CV Interilhas.

Entre as medidas urgentes apontadas no encontro, destacam-se a introdução do navio Praia d’Aguada na linha sul (Praia/Fogo/Brava), assegurando o transporte regular de cargas e colmatando as limitações do actual Fast Ferry, considerado insuficiente para atender à procura do sector empresarial.

A intervenção do Governo junto da Enapor para a redução das taxas de operação portuária e a criação de uma taxa especial para o navio Praia d’Aguada, de modo a viabilizar economicamente as viagens e garantir a continuidade do serviço, o aumento do número de viagens do Fast Ferry entre Fogo e Brava e a disponibilização de vagas específicas para o transporte de cargas dos empresários e reforço e reparação da grua e aquisição de equipamentos adequados para operações de carga e descarga, são outras medidas.

Como medidas definitivas, os empresários propõem a aquisição de um barco de cargas pelos empresários da ilha, com licença de operação entre Santiago e Fogo, a melhoria e ampliação das infra-estruturas portuárias, permitindo o acesso de embarcações de maior porte.

Igualmente defende a classificação do Fogo como ilha periférica, para efeitos de discriminação positiva nas políticas de transporte e taxas portuárias e criação de um fundo conjunto dos municípios do Fogo e Brava, para a aquisição de dois navios de carga.

Os empresários alertaram que o problema do transporte marítimo é estrutural e compromete o desenvolvimento económico da ilha, que tem potencialidades, mas carece de condições logísticas básicas para competir em pé de igualdade com as outras ilhas.

Inforpress