Negociações sobre TACV prosseguem e há vários interessados - Ministro das Finanças

O ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que há vários interessados no negócio da TACV Internacional e que as negociações prosseguem para encontrar um parceiro estratégico que assegure a gestão e parte do capital.

Jul 22, 2017 - 10:58
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Negociações sobre TACV prosseguem e há vários interessados - Ministro das Finanças

O ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que há vários interessados no negócio da TACV Internacional e que as negociações prosseguem para encontrar um parceiro estratégico que assegure a gestão e parte do capital.

"Estamos a negociar. Temos várias manifestações de interesse de parceiros estratégicos e de investidores", disse Olavo Correia em entrevista à agência Lusa, sublinhando a boa localização de Cabo Verde e a existência de mercado como determinantes nesse interesse.

"O que falta à TACV para desenvolver este conceito de 'hub' é gestão e capital para viabilizar o negócio (...) Por isso é que estamos a buscar o parceiro estratégico e depois do parceiro estratégico, os investidores financeiros", disse.

Questionado sobre o ponto de situação das negociações, Olavo Correia adiantou que continuam a decorrer.

Questionado pela Lusa, Olavo Correia escusou-se a confirmar as notícias que apontam o grupo Icelandair como o melhor posicionado para assumir a gestão da companhia e entrar com parte do capital.

"Não vou falar sobre as empresas com as quais temos estado a negociar. Pensamos que será possível viabilizar uma solução que possa fazer de Cabo Verde um 'hub' [plataforma] de transportes aéreos no Atlântico médio. É este o compromisso do Governo", disse o ministro.

A "nível doméstico", Olavo Correia disse que Cabo Verde não tem 'know-how' para abordar o negócio do "hub" aéreo.

"As sucessivas administrações [da TACV] demonstraram isso. Não vale a pena estar a inventar porque isto é um negócio muito complexo. Precisa de uma gestão altamente profissional, que conheça bem o mercado, que já fez aquilo que estamos a pretender fazer e precisamos de capital para viabilizar essa operação", disse.

Questionado sobre se existe algum tipo de negociação com a açoriana SATA, na sequência do interesse demonstrado pela companhia portuguesa em estabelecer parcerias com a TACV, o governante adiantou não existir, para já, nada de concreto.

"Estamos a falar com muitas empresas e instituições e temos interesse em falar com parceiros, sobretudo parceiros portugueses. Ainda não há nada de concreto em relação à SATA", sustentou, adiantando que tem prevista uma viagem aos Açores para falar com as autoridades do arquipélago.

Olavo Correia disse ainda que a solução para o passivo acumulado de mais de 100 milhões de euros da TACV passa pela negociação da dívida com os credores, devendo a resolução do valor remanescente ser resolvido com a ajuda dos parceiros internacionais.

"O passivo vai ser reestruturado e negociado com os credores. A parte remanescente vai ter que ser assumida. Vamos ter depois um encontro com os parceiros internacionais que estão disponíveis a apoiar Cabo Verde se a solução encontrada for boa no sentido de descontinuar o apoio que o Estado vem dando à companhia", adiantou.

Olavo Correia admitiu ainda que o Estado venha a ter participação no capital da empresa, mas recusou a injecção directa de dinheiro para adquirir acções da empresa.

"O Estado não tem interesse em entrar com dinheiro para o capital, mas pode viabilizar activos da empresa em capital", disse, apontando como exemplos as agências, as rotas e as licenças de voo.

Para Olavo Correia se, no âmbito da negociação, for possível viabilizar activos da empresa em capital o interesse público e o património do Estado estará a ser defendido.

"O Estado não vai injectar recursos para ter acções da empresa", reafirmou.

Olavo Correia disse entender a pressa das pessoas em ver uma solução para a TACV, mas criticou a "especulação desnecessária", adiantando que tem contribuído para atrasar um processo naturalmente demorado.

"Não é uma decisão simples, qualquer investidor que queira entrar precisa de tempo para tomar decisão e às vezes o tempo do investidor não é o tempo do Governo", disse, adiantando que "em nenhuma parte do mundo" é possível fazer um negócio destes em menos de 18 meses.

Sobre a cedência dos voos domésticos à companhia Binter CV e a saída da TACV do mercado interno e regional a partir de 01 de agosto, o ministro das Finanças adiantou que existe "um acordo de princípio" e que até final do ano será assinado o contrato com o Estado de Cabo Verde, que passará a deter 49% da companhia.

"Todos os documentos vão ser colocados em consulta pública. Nesta fase de conclusão dos negócios não podemos estar a divulgar informações. Estamos a finalizar todo o acordo, mas já há um acordo de princípio", adiantou.

"Ainda este ano teremos tudo para comunicar aos cabo-verdianos em relação [ao negócio] doméstico e internacional. Claro que isso não depende apenas de nós, mas dos parceiros também. As decisões levam tempo para serem tomadas. Esse tempo não é eventualmente o que gostaríamos, mas o necessário para fazer um bom negócio", acrescentou.

Olavo Correia adiantou que a entrada do Estado como accionista da Binter CV dá garantias de que o sistema "vai funcionar bem" e de que haverá "um serviço de qualidade e a bom preço".

"O Estado é accionista nesta fase inicial. Depois veremos o que o futuro nos reserva e o serviço que a TACV estava a prestar vai ser prestado sem qualquer problema no futuro", assegurou.

In Expresso das Ilhas

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