Nova estrada na Ilha Brava gera controvérsia - Por que insistir no paralelo?

Cidade de Nova Sintra, 12 de Agosto de 2025 (Bravanews) - A notícia da construção de uma nova estrada ligando as localidades de Fajã D'Água e Palhal, na ilha Brava, inicialmente celebrada como um avanço crucial para a mobilidade local, está a gerar uma onda de descontentamento e perplexidade. O motivo? O projeto prevê a utilização de paralelo (calçada) em vez do asfalto, uma escolha que muitos consideram um anacronismo em pleno século XXI.

Aug 12, 2025 - 05:01
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Nova estrada na Ilha Brava gera controvérsia - Por que insistir no paralelo?

A obra, vista como de capital importância para a ilha, visa criar uma via alternativa para estas duas comunidades, melhorando o acesso e facilitando a circulação de pessoas e bens. Contudo, a decisão de pavimentar a estrada com calçada tem levantado uma série de questões entre a população e os observadores. Num contexto nacional e internacional onde as estradas modernas são quase exclusivamente de alcatrão, a ilha Brava parece seguir um caminho diferente, gerando um debate aceso sobre a sustentabilidade e a lógica desta opção.

Em Cabo Verde, tanto em projetos de reabilitação como na construção de novas vias, o asfalto é o material de eleição, reconhecido pela sua durabilidade, segurança e conforto para os utentes. O contraste com a realidade da Brava é evidente e, para muitos, inexplicável. "Não se entende por que motivo, num tempo de estradas de asfalto, se insiste em colocar calçada em estradas na ilha Brava," comentou um morador local, que preferiu não ser identificado.

A calçada, embora tenha o seu valor em contextos urbanos históricos ou em vias de menor tráfego, apresenta várias desvantagens em estradas principais. A sua superfície irregular pode provocar danos nos veículos, diminuir a segurança e aumentar o tempo de viagem. Além disso, a manutenção deste tipo de pavimentação pode ser mais complexa e dispendiosa a longo prazo, contrariando a ideia de uma solução economicamente viável.

A insistência no uso de paralelo tem sido uma constante na ilha, levando a especulações sobre os motivos por trás desta decisão. Serão razões estéticas, económicas ou a falta de uma visão de futuro para as infraestruturas da ilha? A população e os líderes locais esperam uma explicação clara das entidades responsáveis. O que está em causa não é apenas o tipo de material usado, mas a visão de desenvolvimento e modernidade que se quer para a ilha Brava. A pergunta que paira no ar é: por que a Brava continua a prevalecer na calçada, enquanto o resto do país avança com o asfalto?