20 de Janeiro: Chefe de Estado lamenta cancelamento de deposição de flores no memorial Amílcar Cabral

O Chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, lamentou, esta sexta-feira, 19, o cancelamento da tradicional deposição de uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral. Um acto a que Jorge Carlos Fonseca deveria presidir na manhã deste sábado, mas que não vai acontecer por causa das obras da requalificação urbanística que estão em curso naquele sítio.

Jan 20, 2018 - 04:11
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20 de Janeiro: Chefe de Estado lamenta cancelamento de deposição de flores no memorial Amílcar Cabral

"Não é bom. Lamento esse facto. É uma cerimónia organizada pelo Protocolo do Estado e como Presidente da República sou convidado a presidir. Recebi ontem (quinta-feira) ou anteontem (quarta-feira) uma informação de que não seria possível por causa das obras em curso. Achei estranho e ainda perguntei se havia alguma alternativa, mas comunicaram-me que não", disse Jorge Carlos Fonseca.

Esta decisão sobre o cancelamento da tradicional deposição de uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral, para assinalar o dia da sua morte, a 20 de janeiro de 1973, em Conacri, também não caiu no grado da Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria (ACOLP), que lamenta a falta de programação para a conclusão dos trabalhos.

À semelhança de todos os anos, Cabo Verde assinala, data em que o líder da independência cabo-verdiana foi assassinado – 20 de Janeiro -Dia dos Heróis Nacionais, estando previstas várias actividades, que deveria arrancar com a deposição de flores no memorial A.C. a partir das 08h00. Mas devido ao constrangimento imposto, JCF garante que irá estar presente numa cerimónia a ser realizada pela ACOLP para assinalar a data que simboliza os 45 anos da morte de Amilcar Cabral, o fundadador da nacionalidade cabo-verdiana.

Reflexões e nova relação com a África

Entretanto, debates e reflexões sobre a atualidade do pensamento de Amílcar Cabral estão a marcar a passagem do 20 de Janeiro nas várias ilhas de Cabo Verde.

Na Capital, o destaque vai para o encontro em que o comandante Osvaldo Lopes da Silva foi conferencista. Este companheiro da Amílcar Cabral chamou a atenção para a necessidade de Cabo Verde de encontrar uma nova ancoragem junto da África, insurgindo-se assim contra uma eventual desconfiança dos africanos em relação ao nosso país.

O PAICV, que se assume como o herdeiro do legado ideológico de Amílcar Cabral, também assinalou, hoje,19, o Dia dos Heróis Nacionais com uma conferência sobre a atualidade do pensamento de Cabral, na Praia. Já em Santiago Sul a CPR do mesmo partido vai realizar, por volta das 10H30, deste sábado, uma homenagem aos combatentes da liberdade da pátria, num sessão a decorrer no Liceu Napoleão Fernandes, em Santa Catarina.

Conforme apurou este jornal, nas outras ilhas estão também previstas várias atividades para assinalar o 20 de Janeiro - Dia dos Heróis Nacionais e 45º aniversário do assassinato de Amílcar Cabral por agentes do colonialismo português na Guiné Conacri.

Para os combatentes vivos, «Cabral cá morre», atendendo o legado que deixou para os povos da Guiné e Cabo Verde. Assim sendo, defendem «ser justo todos os patriotas prestarem a uma justa homenagem a ele aos demais heróis nacionais».

asemana

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