50 Anos de Independência marcados por inércia e abandono, desabafa jovem bravense

Cidade de Nova Sintra, 1 de Maio de 2025 (Bravanews) - No ano em que Cabo Verde celebra cinco décadas de independência, a jovem bravense Debora Delgado lança um olhar crítico sobre o desenvolvimento da sua ilha natal. Em tom de desabafo nas redes sociais, Delgado afirma que, ao longo destes 50 anos, a Brava "ganhou, e muito... mais inércia causada pela pouca ou quase nulo desenvolvimento em todas as áreas possíveis de mencionar e outros mais".

May 1, 2025 - 04:06
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50 Anos de Independência marcados por inércia e abandono, desabafa jovem bravense

A insatisfação da jovem transmite um sentimento de negligência que, segundo ela, se traduz em "mais abandono e esquecimento dos Governantes, diretos intervenientes e supostamente os que deveriam trazer soluções concretas para a resolução dos problemas gerais acima referidos". Este abandono, lamenta Debora Delgado, estende-se também aos próprios filhos da Brava, que "buscam soluções em outras paragens" face à "inércia" e ao "pouquíssimo e pobríssimo desenvolvimento" da ilha.

A crítica de Débora Delgado não poupa as questões essenciais para a qualidade de vida e os direitos dos cidadãos. Ela denuncia " desrespeito pela vida, saúde, educação, direitos constitucionais de todos os cabo-verdianos, mas Brava é um caso à parte". Este "caso à parte" torna-se particularmente evidente na questão das ligações da ilha com o exterior. Para Delgado, a Brava "ganhou mais Isolamento" devido à falta de condições e meios para uma ligação marítima minimamente eficaz, sendo que o sonho de uma ligação aérea permanece distante.

A jovem bravense não deixa de apontar o dedo à esfera política, onde observa o predomínio de "politiquices, rixas, busca pelo interesse próprio" e do "partidarismo". Em contrapartida, acusa, "agir para o bem da população em geral fica para.... a ver vamos".

A declaração de Debora Delgado, embora concisa, pinta um quadro sombrio da situação da Ilha Brava após 50 anos de independência de Cabo Verde. O seu testemunho levanta questões importantes sobre a equidade do desenvolvimento entre as ilhas do arquipélago e o impacto da alegada negligência nas vidas dos bravenses. A lista de problemas apontada por Débora Delgado, como ela própria refere, poderia continuar, mas o seu desabafo já serve de alerta para a necessidade de uma reflexão profunda sobre o futuro da Ilha Brava e o cumprimento dos direitos de todos os cabo-verdianos, independentemente da sua ilha de origem.