Brava abre debate sobre as Legislativas de 2026 com críticas à representação parlamentar e apelo a maior combatividade política

Nova Sintra, 24 de Novembro de 2025 — A poucos meses das Legislativas de 2026, cresce na ilha Brava um movimento de reflexão e exigência sobre o papel dos Deputados Nacionais eleitos pelo círculo eleitoral local. Uma análise tornada pública por João Paulo Gomes Rocha da Silva, munícipe, reacendeu o debate sobre a eficácia da representação bravense no Parlamento e lançou um apelo direto aos futuros candidatos: “A Brava exige mais”.

Nov 24, 2025 - 07:13
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Brava abre debate sobre as  Legislativas de 2026 com críticas à representação parlamentar e apelo a maior combatividade política

No texto, João Paulo Gomes Rocha da Silva revisita o desempenho dos sucessivos deputados eleitos pela ilha, sublinhando que, embora todos tenham demonstrado engajamento político e assumido o compromisso de representar Djabraba, a percepção pública sobre o seu trabalho continua a ser ambivalente. Para uns, os representantes cumpriram o seu papel; para outros, faltou assertividade, visibilidade e firmeza nos debates nacionais.

O autor destaca que, num sistema democrático, a avaliação do mandato é “inerentemente subjetiva”, mas insiste que existe um consenso crescente na população: Brava tem direito a uma representação mais forte, mais audível e mais incisiva no Parlamento. E vai mais longe ao apontar o exemplo de deputados de ilhas como Santiago e São Vicente, que frequentemente utilizam o tempo parlamentar para defender prioritariamente os interesses das suas comunidades.

Rocha da Silva afirma que os deputados bravenses não só podem, como devem, seguir o mesmo caminho — “ou até mais”, tendo em conta a particular vulnerabilidade da ilha marcada pela sua dupla insularidade. No topo das prioridades, enumera temas que há anos dominam a agenda local: transportes marítimos, acesso à saúde, educação, e desenvolvimento económico.

Para o munícipe, a fidelidade aos eleitores deve estar acima da disciplina partidária, mesmo que isso implique divergências pontuais com a linha do partido. “A lealdade primária deve ser para com quem os elegeu — o povo da Brava”, escreve.

Com as Legislativas de 2026 no horizonte, o apelo não deixa margem para dúvidas:

  • Mais visibilidade parlamentar para a Brava;

  • Proatividade na apresentação de propostas e soluções;

  • Coragem política para defender os interesses da ilha acima de qualquer alinhamento partidário.

Apesar das críticas, Rocha da Silva declara-se “democrata convicto” e manifesta a expectativa de que o seu partido, o MpD, conquiste os dois mandatos atribuídos ao círculo da Brava. Contudo, reconhecendo o histórico de divisão equilibrada de mandatos (1-1), deixa uma última exigência: independentemente do resultado, que os eleitos “representem a nossa Djabraba e a defendam com unhas e dentes”.

A reflexão surge num contexto em que a população bravense continua a reivindicar maior atenção do Governo central e do Parlamento, num momento decisivo para a preparação das candidaturas, definição de programas e arranque das pré-campanhas eleitorais.

Com este texto, a discussão política no seio da comunidade ganha novo fôlego e promete marcar os próximos meses que antecedem as eleições.

MS