A Brava precisa de sentir que a sua cadeira no Parlamento não está vazia ou silenciosa - Joao Paulo Gomes da Silva
Escrevo hoje esta reflexão sobre os sucessivos representantes da população bravense (Deputados Nacionais Eleitos) durante estes anos, e mais, a minha visão daquilo que deverá ser o papel e a atuação daqueles que sairão das próximas Legislativas de 2026
Djabraba, com a sua história rica e o seu povo resiliente, sempre nutriu a esperança de ver as suas necessidades e aspirações loudly and clearly representadas no Parlamento Nacional. A atuação dos sucessivos Deputados Nacionais eleitos pelo Círculo da Brava é um tema que merece análise, reflexão e, sobretudo, exigência para o futuro.
É inegável que cada Deputado da Brava, ao longo das diferentes legislaturas, manifestou o seu engajamento político ao aceitar a responsabilidade de representar a ilha. Este compromisso traduziu-se numa série de intervenções, propostas e ações que, na sua perspetiva e na do partido que os elegeu, visaram o bem-estar dos bravenses.
Contudo, a avaliação da sua prestação é, por natureza, um exercício subjetivo e que reside no entendimento individual de cada cidadão. Para alguns, a atuação foi boa, marcada por vitórias específicas ou pela dedicação demonstrada nos bastidores. Para outros, poderá ter sido má, sentindo-se a falta de uma presença mais forte e audível nos debates centrais do país. É um facto da democracia que a perceção de sucesso varia drasticamente consoante a expectativa e o impacto sentido no dia a dia.
O sentimento de que a Brava merece e precisa de uma voz ativa e sem medo no parlamento é perfeitamente legítimo e deve ser a bússola para os eleitos. É imperativo que os nossos representantes se inspirem nos seus colegas de ilhas maiores, como Santiago e São Vicente, que frequentemente utilizam o seu tempo de intervenção — seja ele de 5, 10 ou mais minutos — para focar nas questões cruciais dos seus concelhos e ilhas.
Os Deputados da Brava não só têm o direito, como o dever, de fazer o mesmo, ou até mais, dada a especificidade e a dupla insularidade da ilha. A defesa intransigente de temas como a melhoria dos transportes marítimos, o acesso à saúde, a educação de qualidade e o desenvolvimento económico local deve ser uma prioridade inegociável.
A essência da representação democrática reside na fidelidade aos eleitores. É crucial que o Deputado Nacional da Brava não se sinta impregnado exclusivamente no partido que o elegeu. A lealdade primária deve ser para com o bem-estar de "quem" o elegeu — o povo da Brava.
Isto implica a capacidade e a coragem de levantar a voz, mesmo que em discordância pontual com a linha partidária, quando os interesses da ilha estiverem em jogo. O mandato é conferido pelo povo, e é o povo que deve ser a razão maior de cada intervenção e decisão.
Aos Deputados que estão por vir, a Brava exige mais. Exige:
- Visibilidade: Intervenções mais frequentes, robustas e focadas nas especificidades da Brava.
- Proatividade: Não apenas reagir, mas antecipar e propor soluções concretas para os problemas da ilha.
- Coragem: Defender os interesses da ilha com determinação, ultrapassando barreiras partidárias.
A Brava precisa de sentir que a sua cadeira no Parlamento não está vazia ou silenciosa. Que a sua voz seja um eco forte que ressoa por todo o país, garantindo que o seu desenvolvimento e o bem-estar do seu povo sejam parte inseparável da agenda nacional.
Como democrata convicto, espero que o meu partido MpD ganhe os dois deputados! Caso não for possível, onde o cenário bravense sempre mostrou o 1-1, estes que trabalhem e representem a minha/nossa Djabraba e a defendam com unhas e dentes!
João Paulo Gomes Rocha da Silva
Munícipe
Nova Sintra, 22 de novembro de 2025
















