Brava: Desabafo de mãe expõe frustração e falhas no sistema de saúde local
Cidade de Nova Sintra, 9 de Dezembro de 2025 (Bravanews) - A moradora da ilha Brava, Carla Baptista, recorreu esta semana às redes sociais para expressar um profundo desabafo sobre as dificuldades que enfrentou no acesso aos serviços de saúde para a sua filha. O texto, carregado de emoção e indignação, ganhou atenção entre bravenses residentes na ilha e na diáspora, reacendendo o debate sobre a precariedade do sistema de saúde local.
No seu relato, Carla descreve uma sucessão de obstáculos que, segundo ela, tornaram praticamente impossível obter os cuidados médicos necessários na Brava. A mãe conta que, no mês passado, precisou deslocar-se ao Fogo para levar a filha a uma consulta de pediatria e realizar ecografias e análises que, na Brava, não conseguiram marcar.
Segundo o desabafo, cada vez que tenta agendar exames ou análises na ilha do Fogo, enfrenta respostas como "vai fazer a marcação na ilha Brava”, sendo informada de que a lista de espera está cheia ou de que não há disponibilidade para realizar os procedimentos. Carla afirma ainda que, em muitos casos, o hospital condiciona o atendimento a aguardarem vagas que podem demorar seis a sete meses, obrigando as famílias a procurar alternativa noutras ilhas — um sacrifício especialmente pesado para quem não tem recursos financeiros ou condições de deslocação.
A mãe denuncia também dificuldades no acesso a consulta suplementar de saúde, apesar de pagar regularmente o seguro. “Sabendo que pagas seguro para te ajudar quando precisares, o serviço de saúde não lhe faz um simples documento”.
No desabafo, Carla relata que a filha realizou análises cujo PCR deu positivo, e que a criança apresenta manchas no couro cabeludo que “que faz cair o cabelo”, mas mesmo assim enfrentou dificuldade em ser atendida na Brava. Nos dois dias em que procurou ajuda no hospital, afirma ter sido informada de que “médica está sem espaço na agenda”, apesar de saber que a médica se encontrava na unidade.
“Brava é terra dos apadrinhados”, escreveu, insinuando favoritismos e falta de responsabilidade no atendimento público.
Carla concluiu o desabafo com uma mensagem dirigida às autoridades locais, “nenhum Rei fica no trono para sempre, há um prazo para o reinado ter seu fim, quanto mais alto estiverem maior é a queda.”
A publicação, amplamente partilhada, gerou forte reação entre cidadãos que dizem enfrentar situações semelhantes e pedem respostas urgentes das autoridades de saúde e da Câmara Municipal da Brava.
A situação descrita por Carla reacende o debate sobre a necessidade de reforçar o quadro de profissionais, melhorar o funcionamento do hospital local e garantir que os bravenses tenham acesso digno e eficiente aos cuidados básicos de saúde. Para muitas famílias, o desabafo dessa mãe representa um espelho de uma realidade que, há anos, vem sendo denunciada.
















