Brava: Problema de ligação marítima e a falta de indignação da Câmara Municipal da Brava

Como hoje em dia tudo que se diz e se escreve fica registado, e na senda dos problemas que a ilha passa novamente, com a questão da falta de ligação marítima, tivemos que publicar extratos de uma notícia, de Março de 215, em que Orlando Balla, por sinal, ainda Presidente da Câmara Municipal da Brava se mostrava indignado e agastado com a situação.

Sep 13, 2017 - 13:11
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Brava: Problema de ligação marítima e a falta de indignação da Câmara Municipal da Brava

 

Como hoje em dia tudo que se diz e se escreve fica registado, e na senda dos problemas que a ilha passa novamente, com a questão da falta de ligação marítima, tivemos que publicar extratos de uma notícia, de Março de 215, em que Orlando Balla, por sinal, ainda Presidente da Câmara Municipal da Brava se mostrava indignado e agastado com a situação.

2015 (Inforpress) – A Câmara Municipal da Brava está “indignada e agastada” com a actual situação das ligações marítimas com a ilha paralisada há dez dias, com o fast ferry "Kriola" retido no porto da Praia.   Em nota de imprensa, o presidente da autarquia, Orlando Balla, manifesta o seu desagrado com aquilo que classifica de “descaso à ilha”, que segundo o mesmo “tem sido sistematicamente votada ao isolamento” com o resto do país e o mundo. Este refere que há dez dias que a ilha Brava está privada do abastecimento de mercadorias e do transporte de passageiros, entre residentes, turistas e emigrantes, resultante da inoperacionalidade do fast ferry “Kriola”, que “não reúne de momento o necessário certificado de navegabilidade”. “As autoridades competentes e gestoras do navio, nomeadamente o Estado de Cabo Verde, deveriam dotar a empresa de condições que garantam o normal funcionamento do navio, do ponto de vista da sua sustentabilidade financeira e da segurança, num contexto nacional marcado pela falta de segurança nos mares do arquipélago”, disse o edil da Brava através de uma nota de imprensa, anotando que esta situação tem “impactos negativos” no quotidiano das pessoas. O impacto é sentido do funcionamento do comércio, do turismo, no atraso do regresso dos emigrantes aos países de acolhimento, na sustentabilidade da economia da ilha, sem esquecer de situações de emergência que exigem evacuação para a Cidade da Praia ou para a de São Filipe, na ilha do Fogo. “Esta situação precária abala cada vez mais a confiança na ilha e no seu futuro, em matéria do fomento do turismo de natureza de alto valor acrescentado e em investimentos em diversos sectores de desenvolvimento, cruciais para a promoção do emprego e melhoria gradual das condições de vida das gentes da Brava”, afirma o edil. Orlando Balla que aquando da realização do fórum de Desenvolvimento da Brava, ocorrido em Dezembro de 2013, tinha afirmado que o tempo das lamentações já teria passado a historia, indica que passado mais de um ano as lamentações continuam e causam desânimo e frustrações. Para o edil da Brava “é dever” do Governo da República fazer a “necessária discriminação positiva” em relação a “uma ilha pequena e desprovida de recursos financeiros”, observando que a questão dos transportes “é crucial” para o “processo de alavancagem” da economia da ilha, e por isso “inadiável a normalização das ligações marítimas” de e para a ilha. Além disso, a edilidade bravense defende que é altura de o Governo “assumir de forma definitiva e séria”, a construção do futuro aeródromo da ilha. “O desenvolvimento da Brava deve ser vista e projectada de fora para dentro, donde, a problemática das ligações com o exterior assume importância de primeira grandeza”, defende Orlando Balla. Os efeitos da inoperacionalidade do fast ferry “Kriola” são sentidos também na ilha do Fogo onde em algumas casas comerciais já se nota a ruptura de alguns produtos da primeira necessidade. O fast ferry “Kriola” fez a sua última ligação Santiago/Fogo/Brava no dia 20 de Março e a ligação Brava/Fogo/Santiago no dia 24 de Março. Conforme o programado, o fast ferry devia fazer o mínimo de três ligações entre as três ilhas, segunda, quarta e sexta-feira, e uma ligação semana entre Brava/Fogo, terça-feira, mas neste momento nem se sabe para quando o Kriola retomará a ligação regular entre as ilhas. Alguns operadores económicos da ilha do Fogo defendem que enquanto o Kriola estivera inoperacional que os responsáveis da companhia devia colocar o navio Liberdade a assegurar a ligação entre as ilhas do sul até a resolução definitiva do problema. Segundo apurou a Inforpress, o certificado de navegabilidade deveria ser passado ainda hoje pelas Agência Marítima e Portuária para que o navio tenha condições de ir para a doca em São Vicente, para manutenção e eventual reparação no casco. Em Julho de 2014, a imprensa deu conta de dias difíceis na empresa Cabo Verde Fast Ferry, que apresentou um prejuízo de 127 mil contos em 2013, de acordo com as contas publicadas pela Bolsa de Valores, e ao qual se juntaram prejuízos dos anos anteriores, perfazendo, ao fim de três anos completos de actividade, um prejuízo acumulado de 425 mil contos. Os seus principais financiadores são o Estado, o INPS, a Caixa Económica de Cabo Verde, o Banco Africano de Investimento e o Banco Comercial do Atlântico, tendo a ASA participado no seu financiamento. JR   Inforpress/Fim

 

 

O que aconteceu que Orlando Balla e nem a Câmara Municipal da Brava nao se mostra indignado agora, que a ilha vai ficar uma semana ou mais sem barco?

 

O que mudou caro Presidente, que a edilidade não vem a público se solidarizar com a população e com dezenas de emigrantes que estão “presos” na ilha?

 

Ou será que é por causa das eleições de 2016, em que o MpD venceu???

 

Ilha Brava, uma ilha que sem dúvida faz parte de um ranking invejável das ilhas mais belas de Cabo Verde, mas que se encontra devida e propositadamente esquecida.

 

Os sucessivos governos  não tem podido ou “querido” resolver a velha, gasta e vergonhosa situação da falta de transporte para e da ilha, com graves prejuízos para economia e não só.

E estou aqui para exactamente falar disso. A situação que dia a dia faz com que o cidadão bravense se resigne, não tenha esperança no futuro. Situação que faz com que turistas e emigrantes visitem menos a ilha. Situação que faz com que os futuros reformados, que vivem no estrangeiro, não fixem ai residência.

A edilidade fecha os olhos, o Governo faz de que conta que o assunto não lhe diz respeito, a sociedade civil amarra os braços e a comunicação social nacional faz do silêncio, regra.

Independente do partido que pertenco, embora agora estou fora das lides, a mim interessa a ilha Brava, as suas gentes, principalmente os mais carentes, as crianças e os idosos.

A mim me interessa ver a minha ilha desenvolver, sem discriminação e sem descaso. A mim me interessa ter mais gentes visitando a Brava e menos gente com interesse em emigrar.

Para mim não interessa quem vai estar lá na próxima eleição, mas sim, quem vai resolver os problemas candentes da ilha Brava, quer no sector de transporte marítimo e em outras áreas como a saúde.

Vergonhoso, para evitar palavras menos polidas, é situação de bloqueio feito de propósito ou não, para impedir o avanço de uma ilha, das mais pobres e isoladas de Cabo Verde.

Dizer que vai se resolver o problema de transporte, promessa feita pelo Governo português em 1954, seguido dos Governos de Pedro Pires, Carlos Veiga, Gualberto do Rosário, José Maria Neves e Ulisses Correia e Silva, parece ser a correção de uma grande falha. O povo da ilha Brava precisa de um pedido de perdão, por mais de 40 anos de bloqueio ao seu desenvolvimento.

Já é tempo de dizermos basta a esta triste realidade. Tempo de reagir! Tempo de mostrar a nossa indignação.

 

Tivemos promessas de helicóptero, de barco que fazia Cabo Verde em 24 horas, e último de Praia D’Agua pernoitando na Brava, mas não passou disso mesmo… já dizia Eugenio Tavares, “el prometem nabio na mar el manda dan lantcha engadjadu”...

Mesmas promessas, mesma lenga-lenga de políticos de todos os partidos, tentando conquistar o voto dos bravenses, quer na ilha, mas principalmente fora.

Espero que não me acusem de contra-poder ou de pertencer a oposição, até porque ninguém conseguiu resolver este bicudo problema.

Kriola, foi uma solução, mas provisório, navio que hoje se encontra avariados e o “Liberdadi” que pensava trazer de facto o sentido do nome que carrega, já foi para manutenção, sem que fosse precavido a sua substituição.

Como cidadão Bravense espero que num futuro breve, alguém de boa vontade consegue enxergar que o transporte marítimo é um bem comum, necessário e fundamental para a ilha Brava e com a melhoria dessa parte, aliada ao prometido helicóptero ou aviao, a ilha possa finalmente conseguir o tão falado “take off”.

Brava, terra querida, amada por seus filhos, abandonada pelo poder politico!

MS

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