Com sentimento de que a ilha Brava está abandonada, Armando Madeira apela à Responsabilização dos Representantes do povo
Boston, 25 de Novembro de 2025 (Bravanews) – A voz da diáspora bravense voltou a erguer-se com força e emoção. Armando Madeira, emigrante radicado nos Estados Unidos da América, expressou publicamente a sua profunda frustração com a situação da ilha Brava, classificando-a como resultado direto da falta de compromisso e responsabilidade daqueles que têm o dever de representar o povo bravense.
Numa declaração marcada pela indignação e sentido de urgência, Madeira afirma que “a frustração continua enquanto a Brava é negligenciada por aqueles que têm a responsabilidade de representar o povo bravense”. Para o emigrante, a ausência de avanços concretos e a repetição dos mesmos problemas ao longo dos anos demonstram que a ilha continua a ser deixada para trás, sem que haja consequências para os responsáveis políticos.
O emigrante centra a sua crítica no sector dos transportes, considerado por ele “vital para o desenvolvimento de qualquer país”. Segundo Madeira, a situação actual é tão grave que viajar para a Brava se transformou num ato de incerteza extrema.
“Se estiveres a viajar e o teu destino for a ilha Brava, é como lançar uma moeda ao ar! Será que vou conseguir chegar? Será que vou conseguir sair quando precisar?”, questiona. Esta realidade, lembra, tem impacto directo na vida dos imigrantes que desejam visitar a ilha, mas que dependem de horários e compromissos rígidos nos países onde vivem e trabalham.
Para muitos, o maior receio é ficar retido na ilha sem qualquer meio de transporte disponível — um risco que pode significar perder o emprego no estrangeiro ou falhar compromissos importantes. “Estamos em 2025 e continuamos sem soluções”, sublinha Madeira, num desabafo que reflete o sentimento de milhares de bravenses espalhados pelo mundo.
O testemunho do emigrante expõe uma ferida aberta na relação entre a ilha e a sua diáspora. O medo constante de ficar preso na Brava leva muitos a adiar ou evitar viagens à terra natal, mesmo quando desejam reencontrar família, cuidar de propriedades ou simplesmente matar saudades da sua origem.
Este afastamento forçado, segundo Madeira, é doloroso e injusto. “Entristece-me que ainda não existam soluções”, lamenta, destacando que o abandono da Brava representa também um enfraquecimento dos laços entre a ilha e os seus filhos que vivem além-fronteiras.
A declaração de Armando Madeira termina com um apelo direto: é preciso responsabilizar quem tem a obrigação de agir. Para ele, não basta prometer — é urgente implementar soluções reais, eficazes e permanentes que devolvam à população bravense a confiança no sistema de transportes e o respeito que merecem.
A mensagem ecoa numa altura em que o debate sobre as condições de mobilidade da ilha volta a ganhar força, especialmente entre a diáspora, que reclama ser vista, ouvida e respeitada.
Enquanto não houver respostas concretas, diz Madeira, “a frustração continuará”. E com ela, a sensação dolorosa de que a Brava permanece esquecida num país que promete desenvolvimento para todos, mas que ainda falha em assegurar o básico a uma parte do seu território.
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