Crise no sector dos transportes, Brava tenta minimizar o isolamento com barco de pesca

Cabo Verde está a viver, neste momento, uma grave crise no sector dos transportes. É que, segundo alertam peritos da área, depois de resolvido parcialmente a branca surgida com o cancelamentos dos voos internacionais da TACV por avaria no único avião que opera nas rotas mundiais, acontece agora - depois de S.Nicolau e Maio - a suspensão da carreira na linha marítima Praia-Fogo-Brava e vice versa, por estarem também inoperacionais dois navios da Cabo Verde Fast Ferry. A mais afectada com esta situação está a lha das Flores, cujo isolamento - já dura cerca de uma semana - está a ser minimizado com a entrada de um barco de pesca na mesma rota.

Sep 14, 2017 - 14:46
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Crise no sector dos transportes, Brava tenta minimizar o isolamento com barco de pesca

Cabo Verde está a viver, neste momento, uma grave crise no sector dos transportes. É que, segundo alertam peritos da área, depois de resolvido parcialmente a branca surgida com o cancelamentos dos voos internacionais da TACV por avaria no único avião que opera nas rotas mundiais, acontece agora - depois de S.Nicolau e Maio - a suspensão da carreira na linha marítima Praia-Fogo-Brava e vice versa, por estarem também inoperacionais dois navios da Cabo Verde Fast Ferry. A mais afectada com esta situação está a lha das Flores, cujo isolamento - já dura cerca de uma semana - está a ser minimizado com a entrada de um barco de pesca na mesma rota.
 

Conforme apurou o Asemanaonline, "Lua" é o nome da embarcação de pesca que tem vindo a transportar pessoas na rota Brava-Fogo-Brava. Tudo com o objectivo de não deixar a Ilha das Flores isolada, por causa da paragem temporária dos dois navios da CV Fast Farry. É que o “Liberdadi” encontra-se retido, há já alguns dias, no Porto da Praia para manutenção. Já o Kriola encontra-se meses em reparação nos Estaleiros Navais da Cabnave, em S.Vicente.

Enquanto isso, o Conselho da Administração da Fast Farry promete fazer tudo para normalizar a situação “no mais curto espaço de tempo” o que passa pela mobilização de uma embarcação para substituir os dois navios», soube o ASemanaonline junto de uma fonte próxima da empresa.

Nesta quarta-feira, 13, a pequena embarcação de pesca voltou a “prestar socorro”, a cerca de uma dezena de pessoas, fazendo a ligação entre Brava e Fogo. Fez transporte principalmente dos emigrantes que têm as suas viagens marcadas para estes dias.

Jorge Andrade (Djodje), pescador, é o proprietário do pequeno barco que vem realizando «essa travessia de socorro no canal Fogo-Brava». À chegada ao Porto de Vale dos Cavaleiros, em São Filipe, falou ao asemanaonline, garantindo que a viagem tem estado a decorrer na normalidade. Nesta viagem de hoje,13, chegou uma mulher, que por medo de perder o seu trabalho em Portugal, teve que arriscar, fazendo a travessia do canal.

Em relação aos custos, aquele proprietário do barco explicou que, normalmente, as deslocações entre Brava e Fogo ou vice-versa, custa o valor de 25 mil escudos. “O preço depende de pessoas ou grupo de pessoas e suas possibilidades. Muitas das vezes transportámos pessoas sem qualquer custo. O prazer de fazer isso disso é não deixar a ilha Brava no isolamento, socorrendo pessoas da minha terra natal”.,avança.

Mesmo assim, são centenas de passageiros e toneladas de cargas que continuam retidos há vários dias na Ilha das Flores. Aflitos, os donos dizem-se abandonados à sua sorte nessa ilha mais a sul de Cabo Verde.

Conforme apurou a nossa reportagem no local, vive-se uma situação idêntica no Fogo: centenas de passageiros e toneladas de cargas estão impedidos de seguir a viagem na mesma rota. Há também passageiros retidos na Praia, que continuam à espera do mesmo navio para seguirem rumo ao Fogo e Brava.

Impacto na região e broncas da TACV

O impacto negativo da suspensão dessa ligação marítima no exio Praia-Fogo-Brava sobre os passageiros, operadores económicos e utentes em geral é incalculável.

Este jornal está em condições de avançar que, neste momento, a ilha Brava está privada do abastecimento de mercadorias e do transporte de passageiros. Conforme os afectados, esta situação está a ter impactos negativos no quotidiano das pessoas, no funcionamento do comércio, no turismo, no atraso do regresso dos emigrantes aos países de acolhimento e na sustentabilidade da economia da ilha. Isto sem contar com a impossibilidade de se atender situações de emergência, que exigem a evacuação de pessoas à Praia ou à vizinha ilha do Fogo.

Entretanto, a nível do transporte aéreo, a crise também continua, na sequência da medida do governo de entregar a linha doméstica à Binter - ainda funciona com dificuldades- e da exploração da TACV Internacional pela Icelandair, companhia islandesa. Aqui a situação é muito mais critica, por causa da avaria no único avião da empresa que opera nas rotas internacionais. A julgar pelos protestos registados, problemático tem sido os voos cancelados - os dos EUA já estão repostos. Mas os para a Europa, com destaque para Paris e Países Baixos, continuam sem solução integral. Hoje, por exemplo, vários passageiros e familiares voltaram-se a concentrar frente à delegação da TACV na Avenida 5 de Julho. Diante dos ânimos exaltados de presentes, agentes da Polícia Nacional permaneceram no local para controlar a entrada e manter a segurança da instalação.

Enfim, para os críticos, espera-se que o Governo procure, o mais rapidamente possível, a solução que tem para este e outros problemas, tal como prometeu durante a campanha eleitoral das legislativas de 20 de Março de 2016.

Asemana

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