Deputado Clóvis Silva volta a acusar MAA de sonegar informações no caso do delegado da Brava

O deputado do PAICV Clóvis Silva acusou o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) de sonegar informações e reiterou que “é falso” o relatório do inquérito de averiguações das denúncias contra o delegado do ministério na Brava.

Oct 26, 2018 - 20:56
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Deputado Clóvis Silva volta a acusar MAA de sonegar informações no caso do delegado da Brava

O deputado do PAICV Clóvis Silva acusou o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) de sonegar informações e reiterou que “é falso” o relatório do inquérito de averiguações das denúncias contra o delegado do ministério na Brava.

“Falo de peculato, de participação ilícita em negócios, de abusos de poder, de abuso de confiança e de entre vários outros. É isto que está a acontecer, com o conhecimento do senhor ministro de Agricultura e Ambiente, da delegação do ministério na ilha Brava”, disse Clóvis Silva durante uma declaração política hoje, no Parlamento.

O deputado do principal partido da oposição lembrou que o ministro determinou a abertura de uma averiguação no dia 24 de Agosto, e afirmou que ele tem provas desse processo de averiguações e que não constam do relatório divulgado no dia 24 de Setembro.

“Foram as próprias testemunhas que me entregaram a cópia das suas declarações prestadas nesse processo. Declarações que confirmam a existência de crimes, provas que confirmam que a delegação da Brava foi utlizada como se fosse uma empresa para exploração privada para render vantagem patrimonial ao senhor delegado do MAA na Brava”, denunciou.

Clóvis Silva indicou ainda que tem provas de que houve ocultação de informações e alteração intencional de provas durante o inquérito, facto, que na sua opinião justifica que até este momento ainda não conseguiu obter acesso a esse processo solicitado junto do MAA.

“Trata-se de um processo público e ministro nenhum me deveria impedir, como deputado, de ter acesso e de obter cópia”, disse adiantando que neste momento a Procuradoria da comarca da Brava está na posse de uma lista de 56 testemunhas para confirmar que o delegado está a fazer negócios na ilha, por exemplo, extraindo de uma horta sete toneladas de batatas de uma só vez.

Mais do que isso, adiantou o deputado, é que essa produção é feita utilizando funcionários do ministério, no horário de trabalho, explorando um reservatório que pertence ao Estado, sem pagar, e veículos autotanques também do Estado, que o delegado permite seja conduzido por terceiros que nunca foram funcionários públicos.

“Construiu no terreno do Estado, com blocos e cimentos, porta e janelas edifícios para exploração da pecuária, pondo funcionários públicos a trabalharem no local e a venderem os produtos. Utilizou veículos do Estado para transportar produtos para negociar num supermercado e transportar produtos para o navio Kriola para exportar para outra ilha”, acrescentou.

Tudo isso, sublinhou Clóvis Silva, à vista da população e com o conhecimento do ministro da Agricultura e Ambiente, que conforme indicou, resolveu fazer vista grossa a essa situação “alarmante e preocupante” e não tomou nenhuma medida para acabar com essa situação injusta.

“A população da Brava esperava outra atitude e consideração do ministro da Agricultura e Ambiente e do Governo. Este estado de coisas é inaceitável e, independentemente das consequências criminais, há consequências políticas que tem de ser assacadas desta situação”, reafirmou.

Reagindo, o deputado do MpD David Gomes, também eleito pela Brava, adiantou que o relatório demonstrou que as denuncias agora reiteradas são infundadas.

“O relatório diz que nada que os senhores disseram nessas denuncias é real”, disse pedindo ao seu colega do PAICV que deixe que a justiça funcione.

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