Deputados acusados de abandono à causa bravense: Vozes da ilha exigem acção imediata

Cidade de Nova Sintra, 1 de Setembro de 2025 (Bravanews) - Brava volta a erguer um grito de desespero perante aquilo que considera ser o abandono político e institucional a que tem sido sujeita. A denúncia partiu do emigrante e empresário Andy Andrade, que questiona de forma contundente a ausência de posicionamento e acção dos deputados da Nação, em particular os eleitos pelo círculo da ilha e da diáspora, diante dos problemas que continuam a afetar os bravenses.

Sep 1, 2025 - 04:52
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Deputados acusados de abandono à causa bravense: Vozes da ilha exigem acção imediata

Segundo Andrade, desde a retirada do ferry Kriola do porto de Furna — medida que agravou ainda mais a já frágil mobilidade da ilha — a população vive um ciclo constante de “abuso, esquecimento e abandono”. No entanto, acusa, os deputados têm preferido manter-se “cegos, surdos e mudos”, sem recorrer aos mecanismos institucionais que poderiam ajudar a resolver a situação.

“Há poucos dias vimos os deputados de Santiago Sul levarem as suas preocupações ao Comando Nacional da Polícia em defesa da democracia. Certo ou errado, tiveram coragem, mostraram acção e exigiram respostas imediatas”, lembra Andrade. “E os representantes da comunidade bravense? Alguma vez se juntaram para levar as preocupações do povo ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro, à PGR, ao Provedor da Justiça ou mesmo ao Supremo Tribunal de Justiça, em nome dos direitos humanos e constitucionais dos bravenses?”, questiona.

O apelo estende-se também aos deputados do Fogo, lembrando que a região Fogo-Brava é frequentemente apresentada como uma unidade. “Se é verdade que a região deve ser considerada uma só, unida e com igual dignidade, então quando um membro sofre, todos sofrem”, frisa Andrade.

No total, 11 deputados poderiam unir forças para dar resposta definitiva às dificuldades da Brava. Contudo, a crítica sugere que a falta de união e de pressão política tem prolongado o sofrimento da população, tanto na ilha como na diáspora.

O tom duro do apelo reflete a crescente impaciência dos bravenses perante a ausência de soluções concretas para os problemas de mobilidade, desenvolvimento e representatividade política, que continuam a marcar a realidade da “ilha esquecida”.