Investigadora cabo-verdiana participa em estudo internacional sobre “memória ecológica” dos solos

A cientista Ângela Moreno, do Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, integrou uma equipa internacional que publicou na revista Nature Microbiology um estudo sobre como microrganismos do solo preservam “memórias” climáticas que influenciam o crescimento das plantas.

Nov 3, 2025 - 06:34
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Investigadora cabo-verdiana participa em estudo internacional sobre “memória ecológica” dos solos

Cabo Verde marcou presença num dos mais recentes avanços da investigação internacional em ecologia e microbiologia do solo. A investigadora Ângela Moreno, do Ministério da Agricultura e Ambiente, participou num estudo publicado na prestigiada revista Nature Microbiology, que analisou a influência da “memória ecológica” dos microrganismos do solo sobre o desenvolvimento das plantas.

O trabalho, liderado pela Universidade do Kansas (EUA) em colaboração com a Universidade de Nottingham (Reino Unido) e outras instituições, investigou como bactérias e fungos que habitam o solo retêm “memórias” das condições climáticas do passado — como períodos de seca ou de abundância de água — e como essas memórias podem afetar o crescimento de culturas agrícolas.

Segundo os autores, mesmo após milhares de gerações bacterianas, os microrganismos mantêm traços de adaptação a ambientes áridos, influenciando diretamente a forma como certas plantas lidam com a escassez de água.

A participação de Ângela Moreno reforça o contributo científico de Cabo Verde em estudos internacionais sobre sustentabilidade agrícola e adaptação climática. O Ministério da Agricultura e Ambiente tem vindo a apostar em colaborações científicas voltadas para a gestão de solos e a resiliência das culturas face à seca — desafios que o arquipélago conhece de perto.

O estudo abre novas perspetivas para a agricultura sustentável, sugerindo que a interação entre plantas e microrganismos do solo pode ser usada para melhorar o rendimento das culturas em ambientes áridos e semiáridos.

Para Ângela Moreno e os restantes investigadores, compreender essa “memória ecológica” dos solos pode ser uma chave importante para enfrentar as mudanças climáticas e garantir maior segurança alimentar em regiões vulneráveis como Cabo Verde.