"Sem apoio institucional e sem vontade dos jogadores em comparecer aos treinos, não há como construir uma equipa competitiva. A paixão não pode ser só do treinador", declarou Ney Loko, visivelmente abalado.
O treinador informou ainda que, a partir de agora, não haverá mais treinos, encerrando assim um ciclo que, apesar dos desafios, procurava resgatar o orgulho e a identidade futebolística da Brava.
Este episódio levanta questões sérias sobre o estado do futebol bravense. Até que ponto chegou o nosso desporto, quando os próprios atletas não sentem orgulho em representar a sua ilha? Representar a Brava devia ser uma honra – talvez o ponto mais alto na carreira de qualquer jogador local. Mas, infelizmente, parece que esse sentimento se tem perdido.
A não realização do Campeonato Regional foi talvez o maior erro coletivo cometido pelos dirigentes, atletas e demais responsáveis. A ausência de competição não só desmotiva os jogadores, como afasta os adeptos, empobrece o espírito desportivo da ilha e quebra o ciclo de desenvolvimento de novos talentos.
Hoje, perguntamo-nos: quando voltaremos a ver um campeonato de futebol na Brava? Quando voltaremos a ouvir os gritos da bancada, a vibrar com um golo, a sonhar com títulos?
O que se passa na Brava é mais do que um problema técnico ou organizacional. É uma crise de identidade, de compromisso e de amor à camisola. Que este abandono de Ney Loko seja um grito de alerta, antes que o futebol na ilha se apague de vez.
Brava merece mais. O desporto bravense merece renascer.