Unesco entrega a Cabo Verde certificados sobre registos históricos da escravatura
A Unesco entregou a Cabo Verde dois certificados que confirmam a inscrição de documentos sobre a escravatura no Registo Internacional da Memória do Mundo. A entrega, considerada simbólica e histórica, reforça a preservação da memória coletiva do país.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) entregou oficialmente a Cabo Verde dois certificados que confirmam a inscrição de documentos históricos sobre a escravatura no Registo Internacional da Memória do Mundo. A informação foi divulgada pela Forbes África.
Os documentos incluem registos do Fundo Arquivístico da Secretaria-Geral do Governo (1842-1869) e o recenseamento dos escravos em Angola, Cabo Verde e Moçambique (1854), composto por 79 livros manuscritos, dos quais 11 pertencem a Cabo Verde.
“Trata-se de um momento de orgulho para Cabo Verde e para a região, ao mesmo tempo que reforça o nosso compromisso em preservar a memória coletiva e transmitir às futuras gerações o valor universal dos nossos arquivos”, declarou o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, durante a cerimónia de entrega realizada na cidade da Praia.
Veiga acrescentou ainda que “é uma entrega simbólica, mas muito significativa para Cabo Verde e também para os registos documentais da Unesco, uma vez que estes documentos passam a ter maior domínio público e ficam agora protegidos pelo organismo internacional”.
O diretor-geral adjunto da Unesco para a Comunicação e Informação, Tawfik Jelassi, que esteve presente na cerimónia, destacou que estes registos “são documentos importantes” para a História e representam “atos de reparação” em relação aos séculos de escravatura em África. Segundo Jelassi, “não são apenas documentos, mas testemunhos silenciosos de milhões de homens e mulheres que foram reduzidos à escravatura”.