Novo ministro dos Negócios Estrangeiros promete continuidade na política externa cabo-verdiana
José Luís Livramento prestou declarações à imprensa após a cerimónia de posse que teve lugar esta manhã na Presidência da República.
O Presidente da República empossou esta quinta-feira o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, José Luís Livramento, e a nova secretária de Estado das Comunidades, Vanuza Teixeira Barbosa, numa cerimónia realizada na manhã desta quinta-feira, 30 de outubro, na Presidência da República, na Cidade da Praia.
O novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional substitiu José Filomeno no cargo, que sai por motivos de saúde. José Luís Livramento assume, em acumulação, as funções de ministro das Comunidades, e vai ter como braço direito a nova secretária de Estado das Comunidades, a antiga deputada Vanuza Barbosa, que substitui Myrian Vieira no cargo.
Na ocasião, José Luís Livramento que até à nomeação desempenhava as funções de embaixador de Cabo Verde nos EUA, assegurou que a diplomacia cabo-verdiana vai seguir uma linha de continuidade em relação ao trabalho desenvolvido até agora, reforçando o compromisso com os princípios e orientações definidos pelo executivo.
Questionado sobre uma eventual mudança de foco, tendo em conta que o anterior chefe da diplomacia veio de Bruxelas e no seu caso estava colocado nos Estados Unidos, o ministro rejeitou a ideia.
“O que quis dizer é que esses postos (Bruxelas e Washington) são muito importantes, e quem é escolhido para lá estar ocupa um certo ranking político. É só esse o significado. Há continuidade. Temos um programa de governo, um concelho de ministros. Temos um primeiro-ministro que define as orientações e a nossa própria dinâmica que é o que contamos ter nesses próximos meses”, afirmou.
Relativamente às recentes alterações na lei da nacionalidade em Portugal, o governante preferiu não tecer comentários detalhados, destacando o respeito pela soberania dos Estados.
“Trata-se de decisões soberanas de um país soberano, que nós iremos gerir de acordo com os impactos”, referiu, acrescentando mais à frente que Cabo Verde vai continuar a acompanhar a situação, avaliar e tentar trazer as melhores soluções, “tendo em atenção os nossos interesses, nomeadamente as comunidades cabo-verdianas”.
Questionado sobre o cunho pessoal que vai trazer ao novo ao cargo, o ministro reconheceu que cada titular imprime o seu próprio estilo, mas garantiu que a base do trabalho permanece inalterada e que as prioridades estão estabelecidas no programa do governo”.
O novo governante reconheceu que “nos próximos tempos, tendo em atenção que o panorama internacional, nomeadamente a situação geopolítica exige grandes cuidados e inteligência na aproximação a esse novo ambiente político internacional.”
O novo ministro destacou ainda a experiência adquirida durante os cinco anos em que exerceu funções enquanto embaixador nos Estados Unidos, experiência que considera determinante para o novo desafio.
“Sabe que Washington é o centro de muitas decisões políticas. Acompanhei com muito cuidado e continuo a acompanhar (…) foi uma experiência muito boa. Foram cinco anos de observação e de ganhos em termos daquilo que é a visão global da problemática mundial.”
De sublinhar que estas mudanças ocorrem num ano em que se avizinham eleições legislativas em 2026 e que em janeiro de 2025 já tinha sido feita uma remodelação governamental.
Balai Notícias
