Amândio Brito, que falava à comunicação social, salientou que os operadores económicos locais também demonstram desespero, afirmando que já não conseguem suportar a actual situação.
Várias casas de negócios foram obrigadas a encerrar portas, resultando em desemprego e dificuldades para muitas famílias.
Conforme o autarca, as lojas encontram-se frequentemente vazias, faltando produtos de primeira necessidade como água, milho para animais e outros bens essenciais.
A falta de transporte regular tem provocado atrasos na chegada de mercadorias, com comerciantes a relatarem que as suas cargas demoram semanas ou até meses para chegar à ilha.
“A população teme agora o impacto da crise nas festividades de Natal e Fim de Ano, bem como as consequências de um mau ano agrícola, sobretudo para as famílias mais vulneráveis”, frisou.
Entretanto, o edil admitiu que as melhorias que por vezes ocorrem são sempre de pouca duração, não são sustentáveis e não dão confiança a ninguém.
Além da falta de transporte, acrescentou que os bravenses destacam o elevado custo de vida na ilha.
“Tudo é mais caro na Brava, os produtos básicos, os materiais de construção e isso numa ilha onde o poder de compra é muito mais fraco”, relatou.
A situação, segundo o autarca, tem agravado e o isolamento tem comprometido o desenvolvimento económico e social local.
O edil afirmou que a ausência de soluções sustentáveis para os problemas de transporte, água e saúde, é apontada como a principal barreira ao progresso da ilha.
“Sem resolver estes três problemas, a Brava corre o risco de se tornar uma ilha desabitada. Estamos a perder os nossos jovens, as nossas energias e o futuro”, alertou, apelando à intervenção urgente dos poderes local e central.
“Estamos com o povo e sempre com ele, em todos os momentos. Fomos eleitos para servir a todos eles,seja qual for o momento”, concluiu.