Autárquicas2024: CNE prepara caminhos para enfrentar riscos de desinformação no processo eleitoral

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) encontra-se reunida com representantes de várias instituições da República, com vista a preparar caminhos para enfrentar riscos de desinformação no processo eleitoral.

Sep 17, 2024 - 15:00
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Autárquicas2024: CNE prepara caminhos para enfrentar riscos de desinformação no processo eleitoral

No encontro, a CNE junta instituições como a Procuradoria-geral da República, Polícia Nacional, Forças Armadas, ARC, Comissão de Proteção de Dados, Universidade de Cabo Verde e outros para discutir a integridade das eleições, à luz das novas tecnologias de informação e comunicação.

Isto tendo em conta, conforme a presidente da CNE, Maria do Rosário Gonçalves, que o processo eleitoral a nível mundial e em Cabo Verde particularmente enfrenta “novos e complexos desafios”.

“Certamente, nós temos preocupação no que diz respeito, portanto, à segurança cibernética. Cabo Verde tem uma base de dados que é gerida através da internet e como sabem também, nós fazemos transmissão de resultados eleitorais através da internet”, afirmou reconhecendo que o risco de ataques cibernéticos se tem revelado crescente.

Por isso, sustentou que esta é uma preocupação que a CNE quer colocar já hoje sobre a mesa como forma de identificar o nível de risco e também quais as medidas de resposta rápida em caso de crise.

“E nós queremos, neste encontro, saber o que é que existe em Cabo Verde que nos possa permitir, portanto, equacionar e trabalhar para mitigar os riscos da utilização da inteligência artificial em Cabo Verde, sobretudo pelos candidatos”, esclareceu.

Segundo assinalou, esta é a primeira vez que o processo eleitoral em Cabo Verde vai acontecer num ambiente de acesso massificado a experimentos da inteligência artificial, trazendo naturalmente vantagens, mas também novos desafios, designadamente ‘deepfake’ [vídeo manipulado].

Lembrou ainda que se trata de uma ferramenta que pode trazer “grandes valências” para o processo eleitoral, mas também traz “grandes riscos”, por ser uma tecnologia bastante avançada, que consegue, inclusive, criar discursos e associar esse discurso a candidatos que podem não corresponder à verdade.

Daí que a instituição acredita que é através de diálogo como este que é possível encontrar soluções inovadoras e eficazes para os novos desafios e alguns já também antigos.

A nível da legislação, a presidente da CNE disse que é uma matéria também a merecer atenção durante o encontro, porque constitui preocupação, para verem o que é que o país tem para responder a este desafio da inteligência artificial e como é que podem regulamentar num quadro de transparência.

Este primeiro encontro será seguido de um próximo mais alargado, com os partidos políticos, jornalistas, sociedade civil, peritos nacionais e internacionais, no próximo dia 16 de Outubro.