Brava: Associação Biflores vai criar viveiro em Travessa para ajudar na reflorestação da ribeira de Fajã d´Água

A Associação Biflores está a trabalhar num projecto que visa criar um viveiro numa casa abandonada na zona de Travessa para auxiliar na reflorestação da ribeira de Fajã d´Água, em parceria com a ‘Fauna and Flora International’.

Feb 25, 2023 - 16:40
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Brava: Associação Biflores vai criar viveiro em Travessa para ajudar na reflorestação da ribeira de Fajã d´Água

A Associação Biflores está a trabalhar num projecto que visa criar um viveiro numa casa abandonada na zona de Travessa para auxiliar na reflorestação da ribeira de Fajã d´Água, em parceria com a ‘Fauna and Flora International’.

À Inforpress, o director da associação ambiental, Dheeraj Ayant, referiu-se aos diversos projectos que pretende desenvolver juntamente com os seus parceiros, explicando que este projecto do viveiro em Travessa complementa o projecto do levantamento botânico que vai ser realizado na ribeira de Fajã d´Água e que conta com o financiamento do ‘Critical Ecosystemms Partnership Fund’.

Esta ribeira, conforme avançou este responsável, é considerada uma “área chave” na biodiversidade do País, tendo em conta a diversidade de espécies de flora ali existente, que, neste momento, se encontra ameaçada pela prática do pastoreio livre e pelas mudanças climáticas, mas também devido à recolha de plantas pela população para vários usos.

Daí, sublinhou, a Biflores conseguiu esse financiamento para fazer um viveiro dentro dessa ribeira numa casa abandonada em Travessa, alvo de limpeza, e que, com as plantas produzidas neste viveiro e nos viveiros de Nova Sintra e de Campo Baixo, será feita a reflorestação desta ribeira.

Quanto ao viveiro e a casa em Travessa, sublinhou que esta vai ser também um atractivo turístico na ribeira e uma oportunidade para a prática do ecoturismo, uma vez que o turismo na Brava é baseado na natureza e na cultura.

“É um espaço também que pretendemos conciliar a sensibilização para a preservação da biodiversidade através da parte artística, pensando em trabalhar na valorização dos artistas locais da ilha, mas também de artistas do exterior”, destacou o dirigente.

Igualmente, anunciou que haverá espaço para exposição de sementes das plantas endémicas, mas também para a produção de silagem, já que o projecto está intercalado com o projecto do pastoreio sustentável.

No projecto do pastoreio sustentável. financiado pelo Darwin, anunciou que já foram construídos dois currais, um em Fajã d´Água e outro em Pedra Molar, que pretende melhorar a condição dos criadores com a produção de silagem, sensibilizando-os a manter os animais no estábulo, plano este que vai ajudar a organizar o pastoreio.

No processo da reflorestação da ribeira, Dheeraj Ayant avançou também que a ideia é, além de trabalhar juntamente dos criadores de gado para a conscientização da importância da preservação das espécies endémicas e da biodiversidade, envolver toda a comunidade de Fajã e as escolas, de forma a aproveitar e fazer uma educação ambiental e consequentemente aumentar a consciência ecológica desses actores sociais.

E no projecto do levantamento botânico, salientou que no passado mês de Dezembro, financiado pelo projecto Frankilinia, que visa a protecção de três árvores e plantas endémicas de Cabo Verde, o dragoeiro, marmulano e a tamareira, foi feita a limpeza das plantas invasoras no local onde é possível encontrar estas espécies, e mapeados os dragoeiros existentes na ilha.

Neste mesmo quadro de protecção destas árvores, informou que estão a trabalhar para saber se a tamareira é realmente uma planta nativa da Brava ou não, uma investigação que está a ser feita em parceria com o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), para tentar essa confirmação.

A localidade de Travessa, assim como as outras localidades na trilha Lomba – Lomba até os povoados de Lagoa e Fajã d´Água, hoje se encontra totalmente desabitada, embora no passado era zona muito movimentada, porque havia gente e muita água, como já tinha sido contado à Inforpress por um morador de Lagoa.

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