Brava: Moradores da freguesia de Nossa Senhora do Monte dizem viver noites “tenebrosas” devido a onda de assaltos

Os moradores de diversas localidades da freguesia de Nossa Senhora do Monte dizem estar a viver noites “tenebrosas e sombrias” com o aumento de casos de assaltos e vandalismo, envolvendo adolescentes e jovens.

Jul 2, 2023 - 09:44
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Brava: Moradores da freguesia de Nossa Senhora do Monte dizem viver noites “tenebrosas” devido a onda de assaltos

Os moradores de diversas localidades da freguesia de Nossa Senhora do Monte dizem estar a viver noites “tenebrosas e sombrias” com o aumento de casos de assaltos e vandalismo, envolvendo adolescentes e jovens.

Nossa Senhora do Monte é uma freguesia da ilha Brava, situada a cinco quilómetros da cidade de Nova Sintra, de que é praticamente dependente, uma vez que nesta freguesia quase que não há serviços desconcentrados, a não ser escolas, jardins-de-infância, posto de saúde, um posto policial, mas que não funciona diariamente, sendo que todos os outros assuntos têm de ser resolvidos em Nova Sintra.

Numa ronda feita pela Inforpress, logo à entrada da freguesia, encontramos Ana Miranda, que reside na localidade de Cantinho, zona antes de chegar ao centro da freguesia.

Em declarações à Inforpress, contou que ultimamente a zona está turbulenta, os moradores estão com medo de sair à rua e mesmo dentro de casa ninguém se sente segura.

Afirmou que o vandalismo é um fenómeno que está a superar a “pacatez” que existia outrora nestas comunidades, reforçando ainda que o mais triste é que quem anda a praticar estes actos são na sua maioria adolescentes de 14 a 16 anos de idade.

E sem ser desta camada, conforme contou, há jovens que andam a frequentar bares, consomem bebidas alcoólicas, depois saem às ruas a quebrar garrafas, chutando os contentores, brigam ao torto e a direita, lamentando assim a falta de presença de agentes da Polícia Nacional nas zonas desta freguesia.

Além da onda de violência e assaltos, sublinhou que a iluminação pública deixa muito a desejar, pois a maioria dos postos de iluminação não tem estado a funcionar, o que facilita mais ainda o trabalho dos meliantes.

Nesta mesma onda, Aida da Lomba, de Tomé Barras, demonstrou-se preocupada com esta situação, pois, segundo esta moradora, existe uma certa “falta de atenção”, principalmente por parte dos policiais da ilha, destacando que é preciso uma presença efectiva dos policiais, sugerindo neste caso que em vez de posto policial que não funciona todos os dias que seja aberta uma esquadra policial, porque assim o comportamento dos jovens seria diferente.

Já Cláudia Andrade, proprietária de um estabelecimento na localidade, diz estar a ser vítima de roubos frequentes, mas mesmo com denúncias feitas na PN ainda não conseguiu recuperar nada do que foi furtado e nenhuma informação dos possíveis autores do crime.

Uma situação que está a preocupar esta proprietária que alerta às mães, pais e encarregados da educação no sentido de tomarem mais medidas com os filhos, porque caso contrário esta situação não terá um desfecho “agradável”.

Logo ao lado, no minimercado Confiança, encontramos a Silvânia Gamboa que contou que também tem sofrido vários roubos neste estabelecimento e é por isso que pede mais presença das autoridades na zona, porque além da esquadra policial da ilha ficar à 5 km da freguesia, nem sempre os policiais acodem com celeridade os pedidos de socorro da população.

Os moradores entendem que se houvesse a presença frequente das autoridades polícias na freguesia, principalmente à noite, o comportamento dos jovens seria outro.

Em Lomba Tantum, uma comunidade pertencente à freguesia, mas que fica mais distante do centro, a situação não é diferente. Ali, apesar dos moradores terem conhecimento de que a situação está complicada, nem todos têm a coragem de falar sobre os acontecimentos, pois, reina o medo de sofrerem represálias por parte de outros moradores e dos grupos que normalmente estão envolvidos nas brigas ou nos actos de vandalismos.

Jaqueline Barros é uma moradora desta zona, que apela a um reforço por parte da PN no sentido de fazer um acompanhamento, porque, conforme justificou, os jovens não querem cumprir a lei e a falta da presença da PN tem aumentado os actos de delinquência.

Nesta comunidade, evidenciou que em relação a assaltos e furtos não têm tido problemas, mas as brigas são frequentes e não importam diante de quem, seja criança ou adultos.

As brigas envolvem sempre arma branca, pedra ou garrafa, algo que esta moradora considera estar a denegrir a imagem da zona, dia após dia, e se não forem tomadas as medidas certas, a situação pode complicar-se.

João Furtado, que recentemente perdeu o filho uma briga, lamenta a situação que se está a viver na zona, recordando que antigamente a zona era tranquila, onde as pessoas poderiam até dormir na rua, mas hoje já não, porque além das brigas, há também os assaltos nas moradias e mesmo os “caçubody”, algo que antes nem sabiam o que era e hoje esta realidade que estão a viver parece um sonho.

Destacando a idade precoce dos jovens envolvidos nas escaramuças, este morador acusa também as autoridades policiais de nunca chegarem a tempo para resolver os conflitos.

Aos pais, pede que sejam mais firmes na educação dos filhos e na tomada de medidas, mas também solicita o reforço policial e caso não houver condições para criar uma esquadra na freguesia, pelo menos que haja uma permanência de mais policiais no posto ali existente, quer de dia como de noite, de forma a manter a ordem.

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