Estado da Nação: PM destaca "crescimento robusto" e projecta país de rendimento alto
O primeiro-ministro afirmou hoje, no Debate sobre o Estado da Nação, que Cabo Verde apresenta um “crescimento económico robusto, avanços sociais e investimentos estratégicos” que o impulsionam para o estatuto de País de Rendimento Alto nos próximos anos.

No seu discurso durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 31 de Julho, Ulisses Correia e Silva sublinhou que “Cabo Verde se apresenta confiante no futuro”, estando “mais forte, mais resiliente e com melhores perspectivas”.
O chefe do Governo recordou que o país enfrentou “a mais grave crise sanitária e económica mundial registada desde a Segunda Guerra Mundial”, devido à pandemia de covid-19 e à crise inflacionista provocada pela guerra na Ucrânia, que “fez subir os preços da energia e dos produtos alimentares”.
"Enfrentamos essas crises de frente. Tomámos medidas acertadas, protegemos as pessoas, recuperamos e relançamos a economia com crescimento económico robusto, redução da inflação e da dívida pública e com redução do desemprego e da pobreza", vincou.
Entre os números apresentados, destaca-se que, após uma contração económica de 20,8% em 2020, a economia cresceu a uma taxa média anual de 9% entre 2021 e 2024, superando a média da África Subsaariana e das economias emergentes.
A inflação, que disparou para cerca de 8% em 2022, regressou a níveis baixos, na ordem dos 1%, factor “importante para o rendimento e o poder de compra das pessoas”.
Segundo o primeiro-ministro, a dívida pública, que em 2015 representava 123% do PIB, reduziu-se para 109% em 2024, com previsão de ficar abaixo dos 100% em 2026.
O turismo quase duplicou, com mais de um milhão de visitantes em 2024, face aos 644 mil em 2016. Paralelamente, o tecido empresarial cresceu significativamente, passando de 9.442 para 18.204 empresas, com mais de 90 mil empregos e faturação de 365 milhões de contos em 2023.
Quanto ao desemprego, a taxa caiu de 15% em 2016 para 8% em 2024, com o desemprego jovem a reduzir de 41% para 20% no mesmo período.
Relativamente à pobreza, o chefe do Governo referiu que a taxa absoluta diminuiu de 35,5% em 2015 para 25% em 2023, e a pobreza extrema reduziu-se para metade, de 4,5% para 2,3%, alinhada com a meta de a eliminar no próximo ano.
O Governo reforçou políticas sociais, com 46 mil famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inclusão entre 2020 e 2025, aumento da pensão social, subsídios à educação e saúde, e o alargamento da gratuitidade no ensino básico e secundário.
No domínio da saúde, foram destacados avanços como a certificação de Cabo Verde como país livre de paludismo em 2024, a redução da taxa de gravidez na adolescência, a criação do Centro de Diálise do Hospital Baptista de Sousa e a inauguração recente da Maternidade e Pediatria do mesmo hospital.
No sector da educação, segundo Ulisses Correia e Silva o executivo reforçou a inclusão e a qualidade do ensino, alargando o ensino obrigatório para 12 anos, ampliando a oferta de formação profissional e criando bolsas de estudo para milhares de estudantes.
Ulisses Correia e Silva reiterou que a ambição do país é atingir o estatuto de País de Rendimento Alto, com um crescimento económico de dois dígitos sustentado ao longo dos próximos dez anos.
O primeiro-ministro destacou que o país continuará a apostar na transição energética, com metas para energias renováveis de 35% em 2026 e mais de 50% até 2030, e reforçou investimentos nas infraestruturas de água, transportes e energia.
“Existe confiança no país, que não pode ser colocado em causa pelo populismo e o extremismo. É o futuro de Cabo Verde em contexto internacional difícil e desafiante que está em causa”, alertou.
Ulisses Correia e Silva garantiu que, com o reforço do crescimento económico e das políticas sociais e de emprego, o país irá reduzir ainda mais o desemprego e a pobreza, beneficiando um número maior de cidadãos.
Inforpress/Fim