Presidente da Câmara elogia guarnição destacada no barco da Guarda Costeira e apela por mais respeito à população

Em declarações recentes, Brito afirmou que, “nesta situação de ruptura de transporte, destacamos o empenho e o profissionalismo desse destacamento militar que tem sido nossa salvação”. O autarca sublinhou que, em meio à ausência de ligações regulares com o outras ilhas, a colaboração da Guarda Costeira tem sido determinante para responder a situações de emergência, incluindo evacuações médicas urgentes e deslocações de visitantes oficiais, como a do Mayor de Pawtucket, Donald Grebien, que recentemente precisou sair da ilha Brava, onde esteve em visita.

O Presidente da autarquia bravense descreveu a actuação dos militares como “um exemplo de serviço público e dedicação ao dever”, reconhecendo as limitações e dificuldades com que o destacamento trabalha diariamente. “Mesmo em condições inapropriadas, eles têm sido incansáveis, demonstrando um compromisso inquestionável com o bem-estar da nossa população”, disse Brito.

No entanto, o edil não poupou críticas ao que classificou como abandono e esquecimento da ilha Brava, que continua a sofrer com a falta de um transporte marítimo regular e seguro. “É de se exigir que sejamos tratados como gente e como seres humanos que somos”, afirmou, num tom de desabafo que reflete a crescente frustração da população bravense.

Nos últimos dias, a ilha encontra-se praticamente isolada, com escassez de produtos essenciais, planos de viagem adiados e grande preocupação entre residentes e emigrantes. A interrupção dos serviços marítimos desde o início de Novembro provocou uma série de constrangimentos, afetando o comércio, a saúde e até o turismo local.

Enquanto se aguarda uma solução definitiva para o problema, o gesto de reconhecimento do presidente Amândio Brito vem reforçar a importância da cooperação entre instituições e a necessidade de acções urgentes por parte do Governo central para garantir a mobilidade e dignidade dos bravenses.

“A Brava não pode continuar esquecida. Somos parte de Cabo Verde e merecemos o mesmo respeito e atenção que qualquer outra ilha”, concluiu Brito, apelando à solidariedade nacional e a medidas concretas para devolver à ilha a normalidade perdida.