Cresce preocupação com falsos milagreiros que actuam entre os mais vulneráveis
Cidade de Pawtucket, 21 de Novembro de 2025 (Bravanews) - A comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos da América, volta a ser confrontada com uma onda de indivíduos que, usando discursos religiosos e invocando o nome de Deus, tentam enganar pessoas vulneráveis com falsas promessas de cura, milagres e resolução de problemas pessoais. O fenómeno, que tem ganho força especialmente em cidades periféricas e entre famílias fragilizadas emocional e economicamente, está a gerar grande preocupação entre líderes comunitários e autoridades locais.
Segundo denúncias recolhidas nos últimos meses, estes indivíduos apresentam-se como “profetas”, “curandeiros”, “pastores” ou “mestres espirituais”, garantindo poder sobrenatural para transformar vidas — mas sempre mediante pagamentos, vendas de produtos, ofertas obrigatórias ou compromissos financeiros que muitas vezes deixam as vítimas em situação ainda mais delicada. Utilizam discursos apelativos, prometem resultados imediatos e exploram sobretudo pessoas que atravessam desafios como doenças prolongadas, crises familiares, problemas de imigração ou dificuldades económicas.
As autoridades locais lembram que este tipo de prática, além de moralmente condenável, é ilegal, uma vez que configura burla e abuso de confiança. Fontes ligadas às forças de segurança alertam que grupos organizados têm aproveitado a expansão de pequenas comunidades para se infiltrarem e ganhar credibilidade, manipulando a fé alheia com a intenção exclusiva de obter lucros.
“Estamos perante um fenómeno preocupante, porque mexe com a fé das pessoas, mas sobretudo com a fragilidade humana”, afirmou uma fonte comunitária que acompanha de perto casos recentes. “Muitas famílias procuram ajuda espiritual, o que é legítimo, mas acabam por cair nas mãos de indivíduos que usam o nome de Deus como ferramenta de manipulação.”
Além das promessas de milagres, há relatos de situações em que estes falsos líderes recomendam que as vítimas abandonem tratamentos médicos, rompam relações familiares ou entreguem bens pessoais como forma de “prova espiritual”. As consequências têm sido graves, variando desde perdas financeiras significativas até danos psicológicos profundos.
Diversas organizações comunitárias e religiosas genuínas reforçam o apelo ao cuidado e à denúncia. Aconselham que ninguém entregue dinheiro ou bens a pessoas desconhecidas, que não se envolvam em práticas sem transparência, e que procurem sempre apoio espiritual em instituições reconhecidas e lideradas por figuras de credibilidade comprovada.
As autoridades reiteram que estão disponíveis para receber denúncias e lembram que é fundamental combater esses atos de exploração para proteger os mais vulneráveis. “A fé é um espaço íntimo e sagrado, mas quando usada como instrumento de manipulação torna-se perigosa. A comunidade precisa permanecer vigilante”, alertou uma responsável local.
Enquanto isso, líderes comunitários apelam à união e à partilha de informação para travar o avanço destes falsos “milagreiros” que, utilizando símbolos religiosos e discursos emocionalmente sedutores, tentam consolidar-se à custa da dor alheia. O alerta mantém-se: fé não deve ser confundida com abuso, e qualquer suspeita deve ser comunicada às autoridades competentes.
















