Vitória da transparência e de espírito de missão, Deputados do MpD garantem Orçamento e Planos de Atividades da Câmara da Brava para 2026
Cidade de Nova Sintra, 12 de Dezembro de 2025 (Bravanews) - Numa demonstração de coragem política, sentido de missão e, acima de tudo, amor à Ilha Brava, os Deputados Municipais do Movimento para a Democracia (MpD), Samuel Varela e João Paulo Gomes da Silva, votaram favoravelmente ao Orçamento e Planos de Atividades para o ano de 2026, propostos pela Câmara Municipal, liderada pelo Presidente Amândio Brito, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
Este ato, inédito na história recente do municipalismo bravense, merece um destaque pela transparência e congruência que procurou restaurar no panorama político local, priorizando o funcionamento da edilidade e os interesses da população.
Compulsando os registos e recorrendo à memória histórica dos intervenientes locais, torna-se claro que o voto favorável dos dois deputados do MpD constitui um marco histórico. A tradição política na Ilha Brava, tal como em muitos outros municípios, era marcada por uma rígida linha partidária, onde o PAICV, estando na oposição, nunca votou favoravelmente a um Orçamento e Planos de Atividades propostos por uma Câmara liderada pelo MpD.
De igual modo, durante o mandato do PAICV, que se estendeu de 2000 a 2012 sob a liderança de Camilo Gonçalves, a bancada do MpD na Assembleia Municipal também nunca cedeu a um voto a favor das propostas emanadas da Câmara. Este padrão de bloqueio mútuo e sistemático, independentemente da qualidade ou urgência dos instrumentos de gestão, manteve-se como a norma, colocando, muitas vezes, os interesses partidários acima das necessidades reais da ilha.
Atualmente, o MpD lidera a Assembleia Municipal, conferindo-lhe um poder de veto significativo sobre as propostas da Câmara. A não aprovação do Orçamento e dos Planos de Atividades forçaria a Câmara Municipal a funcionar em Regime Duodecimal, uma modalidade de gestão que restringe drasticamente a capacidade de investimento e a execução de novos projetos, limitando a despesa mensal a um duodécimo do orçamento anterior. Tal cenário representaria um bloqueio ao funcionamento pleno e eficaz da edilidade, penalizando a população bravense.
É neste contexto de potencial paralisação que a atitude de Samuel Varela e João Paulo Gomes da Silva se destaca. Com um claro sentido de missão e por amor à Brava, os dois deputados municipalistas quebraram a regra do conflito partidário, dando à Câmara Municipal do PAICV os dois instrumentos mais importantes para a sua gestão e a concretização das ações em benefício da comunidade.
Esta decisão, aplaudida por muitos pela sua maturidade, levanta inevitavelmente questões profundas sobre as práticas políticas passadas e a hierarquia de prioridades. Se a aprovação destes documentos é crucial para evitar o bloqueio e garantir o desenvolvimento da ilha, porque é que tal nunca aconteceu antes?
A atitude dos deputados do MpD impõe um auto-questionamento às bancadas que, no passado, sistematicamente votaram contra, nomeadamente:
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A Ilha Brava e a população bravense não eram assim tão importantes no passado? Se o bloqueio sempre existiu, o que mudou agora para que a urgência de evitar o Regime Duodecimal se tornasse um imperativo?
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Por que razão a bancada do PAICV nunca votou favoravelmente a qualquer documento da Câmara Municipal quando os Presidentes eram do MpD, como Orlando Balla e Francisco Tavares?
Estas são questões que exigem uma resposta, expondo uma dinâmica onde, por vezes, a "política pura" – a guerra partidária – parece ter sido priorizada, relegando os interesses da Brava para um plano secundário.
O voto favorável de Samuel Varela e João Paulo Gomes da Silva representa, assim, mais do que uma simples aprovação; é um desafio à maturidade política, sinalizando que os interesses da ilha devem estar acima das cores partidárias, pautando o futuro municipalismo bravense por uma maior transparência e congruência na defesa dos superiores interesses da comunidade.
















