PORTUGAL: NOVA LEI DE ESTRANGEIROS FECHA PORTA AOS CABOVERDIANOS
A nova lei de estrangeiros em Portugal fecha a torneira para quem pretendia obter um visto de procura de trabalho, tornando a entrada de imigrantes naquele país mais difícil. Para alguns, esta notícia é positiva, mas para muitos cabo-verdianos que sempre sonharam com a mobilidade, esta lei cria restrições de acesso a novos mercados e a novas perspetivas de crescimento.
Com a entrada em vigor da legislação, deixa de existir, para os países da CPLP, o visto de procura de trabalho. Segundo a Lusa, Portugal cancelou esses vistos e criou um novo para profissionais altamente qualificados, tendo todos os agendamentos para vistos a procura de trabalho sido cancelados a partir da última quinta-feira, dia 23.
Por outro lado, mantêm-se os vistos de curta duração, concedidos a quem preencha as condições para fazer turismo. É importante salientar, no entanto, que não será possível converter este visto numa autorização de residência. Quem tentar emigrar com este tipo de visto enfrentará uma vida difícil em Portugal, sem acesso à Segurança Social e a outras regalias anteriormente garantidas pelo visto a procura de trabalho. Também irá dificultar o reagrupamento familiar.
Esta mudança levará, inevitavelmente, a uma diminuição do fluxo de saída de pessoas de Cabo Verde. Consequentemente, os próximos dados estatísticos do mercado de Trabalho forçarão aqueles que atribuíam a queda do desemprego jovem à debandada para o estrangeiro a procurar novas justificações. Certamente, estes retomarão as retóricas sobre o fecho de fronteiras e a humilhação na obtenção de um visto, uma vez que a "cantiga" do abandono em massa e de um país quase vazio perderá força.
Cabo Verde tem vindo a montar um ecossistema de formação profissional robusto, com várias saídas profissionais, e tem sentido um crescimento que reflete a profunda transformação económica impulsionada pelo turismo, pelo investimento externo e por políticas de desenvolvimento assertivas adotadas pelo Governo. Esta trajetória reflete a transição de uma economia frágil e dependente para uma economia mais diversificada, com destaque para o turismo, serviços financeiros, infraestruturas, telecomunicações e energias renováveis. Os nossos jovens devem aproveitar ao máximo as potencialidades oferecidas pelo país.
O conceito de um país com parcos recursos é, hoje, ultrapassado. Cabo Verde tem um potencial enorme e a nossa juventude deve aproveitá-lo ao máximo.
Com a qualificação para o Mundial, provamos ao mundo que temos força e podemos alcançar os nossos sonhos. Devemos posicionar Cabo Verde neste novo mundo de oportunidades, explorando ao máximo as nossas potencialidades.
O nosso maior ativo é, e sempre será, a nossa gente. Mãos à obra, rumo ao desenvolvimento, vamos todos juntos trabalhar em prol do progresso de Cabo Verde.
